domingo, 25 de outubro de 2009

Isso ou eu não sei reconhecer a verdadeira arte

Sexta-feira eu fui nessa apresentação de dança que não fez o menor sentido pra mim, nem pra minha mãe, nem pra minha tia. Não consegui evitar leves cochilos ao longo dos noventa minutos, nem pensar em todas as atitudes rejuvenescedoras – escovar os dentes, vestir a camisola e me deitar na cama – que eu tomaria assim que chegasse em casa. Assim que o trambolho terminou, muitos, muitos aplausos, gente se levantando e aplaudindo mais ainda e eu lá imitando para não ficar de resto. Só que, sabe, o show foi tão pobre e sem-nexo que eu não conseguia evitar pensar que todo mundo ali apenas fingiu que tinha entendido tudo. E só aplaudiu para pagar de intelectual. Um dos meus eternos medos de seguir a veia artística é essa, ficar tãotãotão incrivelmente subjetiva que de repente vai ter um monte de gente incapaz de me entender. Arte não é sobre passar sensações um para o outro?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Toca aqui!

Distintivo de UpAcabou que eu decidi virar um garoto. Ao menos na lábia, nas atitudes, e na liberdade de estar sempre de calça jeans e camiseta na faculdade.
Cumprimento todo mundo, e aí, brô!, tudo na boa?, faço hang loose para quem estiver disposto a retribui e a lista de coisas embaraçosas continua... Quando contei a mamãe da tampinha que eu tirei no dente, foi a gota d'água.
– Minha filha, meu deus, você poderia ter perdido o dente! E aí, como é que fica?
– Banguela.
– Olha aqui, só porque tem um monte de garotos na sua faculdade, não significa que você tem que ser que nem eles! O seu corpo é diferente, é mais frágil, podia se machucar!
– Mãe, foi só uma tampinha – o que não é bem verdade, mas vamos poupar mamãe da minha crise identidade sexual.
– Você tem que assumir sua feminilidade, ser uma menina. Quer competir com os meninos, que seja intelectualmente.
Ela não entende que agora eu tenho o meu próprio distintivo de aventureira.

O que a faculdade não faz numa pessoa

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Há mais ou menos dois anos, eu fiz esse teste para ter uma ideia e uma base à minha escolha pro vestibular. O resultado deu todas as características da direita.
Hoje deu na telha de fazer novamente e ver o que dava, aí deu isso aí, passei de introvertida a extrovertida. Eu não sei se essa transição está tão completa assim, mas a verdade é que eu já não aprecio o tempo passado sozinha tanto quanto apreciava antes. Eu tenho gostado de gente, de muita gente. De passar a aula conversando com quem quer que esteja atrás de mim, de puxar conversa com uma pessoa que eu poderia simplesmente deixar passar com um alô, de estar sempre ocupada e envolta de gente. Não sei se estou sendo exatamente sincera quando deixo de preferir uma coisa para preferir outra, mas estando em grupo eu acabo deixando um monte de problemas e ideias desnecessárias de lado. Ficar sozinha com os mesmos pensamentos de sempre tem sido um bocado entediante.
Só lamento que antes eu era como o Doug Funnie e agora sou como a Sandra Bullock.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Às vezes eu queria ter nascido garoto

Pior é que ainda consigo ser mais macho que alguns caras da minha sala, tenho coragem de beber molho inglês com coca-cola e encaro o professor mais malucão de queixo erguido.
Ser ou não ser garota, eis a questão Hoje fui convidada para ser o macho da turma, mas gentilmente declinei o convite, porque, afinal, ainda não quero que me deixem de ver como garota e todos os meus privilégios açucarados se acabem. E, apesar de toda essa minha vontade, eu não sei andar de skate, não jogo vídeo-game e todos os meus cumprimentos com a mão saem bastante desajeitados. Quanto a ser chapa de todo mundo, estou mais ou menos encaminhada.
Mas ser garota é bom! Estou livre de montes de preconceitos, e, sendo 33,33% da população feminina da turma, um horror de rótulos não me atinge (o que acaba não sendo tão bom quando se trata de imagem própria, já que o desleixo toma o controle). Ter momentos de vaidade é bom, dormir um longo sono da beleza é renovador e chorar com qualquer besteirinha não me encabula. O problema é quando os hormônios entram na jogada.