Os oficiais já decretaram o fim das férias para quem estiver afim de ouvir, e eu já compareci à sala de aula mais de uma vez, mais para bater papo e matar a saudade do que para ter aula, culpem os professores ausentes e não minha tagarelice.
Não viajei, não cozinhei uma deliciosa torta de botar na janela para esfriar, não andei de bicicleta, e passei boa parte do tempo letárgica me remoendo sobre o futuro e o que poderia ser extraído dele. O problema desse tempo livre é que ele de fato é livre, que eu de fato posso decidir fazer o que bem entender, e o cérebro, em vez de se ocupar trabalhando, se ocupa cutucando as feridas. Foi só o ritmo normal ser retomado que até frango eu almocei. Mas bastou uma visita demorada à dentista para a polêmica recomeçar.
– Você faz Elétrica, é?
– Rrrhhmm – foi o que eu consegui responder com todas aquelas coisas prateadas dentro na minha boca.
– E é o que você quer mesmo?
Eu, particularmente, nem quero mais pensar nisso, já me esgotei o suficiente no terceiro ano e prefiro continuar como se não tivesse mais opção. Não que eu esteja me dando mal, oi, terminei o ano com média 10 em Cálculo, não que eu esteja arrependida, mas uma vez já disseram que indecisão é você saber bem o que quer mas achar que deveria querer outra coisa.