quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Auto-retrato

Fruto de uma madrugada sonâmbula.

P.S.: Meus posts têm estado curtos demais esse final de ano! Espero que em 2008 tudo se normalize.

Cabelo e futuro

Eu estou começando a achar que meu cabelo é um híbrido de cacheado com ondulado pelo fato de eu estar confusa sobre meu futuro. E, quando eu enfim me decidir, ele assumirá sua forma final.
É forçar demais?

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Sobre terminar bons livros em um dia

Eu simplesmente odeio a sensação de vazio que eles deixam em mim.

Mas é isso. A única coisa que posso fazer é fuçar livros do mesmo autor na Wikipédia e acabar adicionando mais alguns na wishlist do Amazon.

Na Pior em Paris e Londres (também em Fortaleza)

No fim... ganhei, hã, um livro bizarrinho da minha mãe. Beleza, é do George Orwell (e me permitiu descobrir que George Orwell... é um pseudônimo de um indiano!!! Não tenho culpa se meu 1984 e meu Revolução dos Bichos não têm orelha, tá?), mas, bem, quando eu estava querendo perguntar à minha mãe porque raios ela tinha comprado aquele livro e soltei um "Você só comprou porque tem 'Paris' no título, né? Haha!", ela respondeu "Hihi, foi!"
O que mais me chocou, no entanto, foi o fato de em cima do 'Companhia das Letras' existir um 'Jornalismo Literário'. 'Jornalismo Literário'?! Os dois últimos livros que eu li tinham grandes buracos na capa para mostrar uma ilustração interna e trechos como "logo começam as confusões" e "agora que a história pega fogo" na sinopse, eu nunca vou ler isso!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

O que eu realmente queria de Natal

Nesse Natal eu só queria que minha mãe relaxasse e me deixasse usar o cartão dela para eu fazer compras no Amazon... (Certo, eu também precisaria do dinheiro para pagar as várias coisas que eu enfiei na minha wishlist, mas qualquer coisa eu vendo o meu saxofone e pronto, sem mais dramas!)
Como é bem difícil ela deixar isso e eu já gastei bastante com livros esse mês (o suficiente para o desconto da minha mãe valer 40 reais), me desliguei do presente e não pensei mais nisso.
Além disso, adoro surpresas, então já faz um tempo que eu parei de pedir presentes. (Embora isso tenha me custado caro no meu aniversário: 3 porta-retratos!) Um dos meus sonhos sempre foi ter uma festa de aniversário surpresa! E sempre ansiei tanto por isso que nunca pedi, para que não perdesse a magia do inesperado. Agora, verdade seja dita, isso não me impede de passar meu dias falando "POR QUE EU NÃO SOU RICA????", suspirar sobre como eu seria uma rica melhor que a Paris Hilton e gritar pros céus as coisas que eu queria comprar... Mas nunca pensei que minha mãe de fato prestasse atenção nisso, inclusive porque ela sempre tem uma doce lição de moral na ponta da língua sobre como eu iria querer mais e mais e no fim seria igual à própria Paris Hilton. (Hunf.)
Até que ela chegou outro dia:
- Jana, eu já comprei o seu presente! Você já comprou o meu?
Comecei a achar que fosse o DVD de Ratatouille. Ela me pegou numa crise de choro enquanto via o filme pela segunda vez e até me ouviu pedir o pôster na locadora, então havia grandes chances...
Mas, durante um café-da-manhã:
- Ai, Jana, mas o DVD desse Ratatá já está à venda?

P.S.: Sim, já comprei o presente da minha mãe, yeah! Tive que acordar às 10 horas no sábado para evitar o shopping lotado, usei até despertador! Ah, sinceramente, porque que essas pessoas todas inventam de comprar presente só em cima da hora?! Só para complicar mais a minha vida!

sábado, 22 de dezembro de 2007

O que eu falo ao telefone

Diálogo com uma amiga quando eu estava procurando um DVD para lhe dar de presente mas tinha medo de ela já ter:
- Carol, Carol, que filmes do Woody Allen você tem? Eu tava querendo... fazer uma sessão Woody Allen lá em casa e queria saberosquevocêtemparaeconomizar!
- É o quê?!
De tão nervosa que eu tava não consegui mais manter a mentira...
- ...Que filmes do Woody Allen você tem?
- Ah... A rosa púrpura do Cairo, Todos dizem eu te amo e Dirigindo no escuro.
E, naturalmente, os dois filmes que eu havia encontrado ela já tinha.
- Ah... Ok. Leva Dirigindo no escuro quinta-feira?
- Tá.
- Tchau!
- Tchau!
Fiasco total!
E ela estava tão feliz quando atendeu a minha linda ligação e viu quem era que deve ter ficado decepcionadíssima com o diálogo mixuruca...

Sobre as notas e o novo horário para buscá-las

Esqueci.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Quinta-feira, 20 de dezembro

Quinta-feira e 20 não combinam perfeitamente, mas minha cabeça processou isso e fui até o Inglês pegar as notas no horário alternativo que a professora marcou.
Cheguei lá tinha uma placa:

VERÔNICA ESTÁ MORRENDO E NÃO PÔDE VIR PRÁ CÁ
VÁ SE CATAR E PARE DE PISAR NA GRAMA

(Devidamente alterado para descarregar o mau humor em algo que não A Gata.)

Afinal, o que é que o mundo tem contra mim?! Sabe, ter um blog em que o marcador Infelicidades é o mais usado não deve ser uma coisa lá muito boa.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Quarta-feira, 18 de dezembro

Sabe, é meio incrível assim ir até o curso de inglês apenas para pegar as suas notas e descobrir que hoje é 19 e não 18, a data correta da distribuição de notas.
Mas quartas-feiras têm tanta cara de 18, vocês não acham?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Eu passei, yeah, isso aí

Comecei a ligar quinta-feira, e me disseram que o resultado só saía na sexta. Liguei sexta-feira, e me disseram que o resultado tinha sido adiado para a segunda.
Fui ao show à noite e acordei no sábado crente que estava na segunda-feira.
- Oi, eu gostaria de saber sobre o resultado da prova da UVC.
- Só sai segunda-feira.
- Ah, é... Mas hoje não é segunda? Ah, não... Hã, droga, tchau.
Liguei para o colégio assim que acordei hoje... Mas o grande coordenador responsável pelos resultados estava em horário de almoço.
Meia hora depois ele me ligou.
- Parabéns, você passou, YEAH, isso aí! Tchau.

Acho que não tirei o primeiro lugar.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Mouthcelinos por minuto

Essa é uma história relativamente velha, mas que eu nunca escrevi, só verbalizei, então achei melhor escrevê-la agora, antes que eu me esqueça dos detalhes.
Meu antigo professor de Redação se chama Marcelino e tem o estranho hábito de dizer "Tudo tranqüilo?!" mais de três vezes em uma aula. Porém, além disso, eu logo notei outro hábito estranho... Ou, melhor dizendo: tique. Sempre que havia uma mínima pausa em suas falas, ele fazia um movimento único com a boca... Uma técnica de junção de lábios com compressão das abas laterais inimitável!
Comentei com amigas e elas concordaram comigo, depois de encará-lo por alguns minutos e vê-lo fazer A Coisa inúmeras vezes e não conseguir parar de rir com isso.
Sabe, eu acho que é desnecessário dizer que desde esse dia nós não conseguimos mais prestar atenção na aula dele, porque olhar para ele mais de 10 segundas significava ter um ataque de riso dos brabos.
Um dia decidimos que estava na hora de contar aquilo. Ele fazia várias vezes, mas será que existia um padrão naquela boca tenebrosa?
Pegamos um relógio com o amigo mais submisso e nos pusemos a contar, com o cronômetro do lado... 1, 2, 3... 10! 10 bocas por minuto. 10 :I/min, já que ":I" representa inteira e verdadeiramente A Boca. Decidimos contar de novo, para ter certeza, e o resultado foi o mesmo. 10 :I/min. Nova unidade no Sistema Internacional.
Então chegou a nossa Feira de Literatura, e percebi que nosso querido Marcelino estava, além de um pouco alegrinho, segurando uma câmera. Não resisti, hihi!
- Ei, professor, bate uma foto comigo?, aí depois você me manda por e-mail!
- Claro, bora lá!
- Mas tem que ser fazendo uma cara. Uma cara que todo mundo no meu grupinho adora, é uma coisa meio única assim, sabe?
- Beleza, qual é a cara?
Disse "Assim" e fiz a boca. Ele tentou imitar mas não conseguiu, eu quase tive uma crise riso, hahahaha! Então ele se virou para conversar com outra garota e eu, na minha ingenuidade besta, não resisti e abri o jogo. Tinha uma amiga me olhando inquisidoramente, tá?
- Professor... Na verdade... Esseéumtiqueseu, você nunca notou?
Mas ele pareceu não me escutar e nós batemos a foto. Mais tarde eu ainda cheguei ao cúmulo de usar o próprio celular dele para ligar para uma amiga para delirar sobre a tal foto.
As férias de julho passaram e ainda assim o danado não me mandou a foto. Eu, que passei horas me gabando sobre a incrível foto batida, estava passando por mentirosa até para mim mesma. Quando as aulas recomeçaram e o Marcelino apareceu fazendo seus mouthcelinos (adorável nome dado À Boca), minha reação involuntária foi reclamar a foto. "Professor! Professor! E a foto que você prometeu?!" Ele ficou vermelho e inventou a desculpa esfarrapada de que tinha salvado tudo em CD. Eu caí, mas continuei insistindo.
Certo dia, ele parou no meio da aula e ficou olhando para mim vermelho, como que no segundo que precede uma forte crise de riso. A turma ficou confusa e perguntou o que era.
- Não, é que sempre eu olho para ela eu morro de vergonha!
- Por quê?
- Uma foto que nós batemos e eu nunca mandei.
- Uma foto?
Sabe, eu estava QUASE vendo ele falando sobre a incrível cara do meu grupinho que eu forcei ele a fazer na foto. Tipo, imagina, na frente de 42 adolescentes na puberdade, ele vai e cria um motivo de intensa zoação que, ainda por cima, foi originado por mim. Minha crise de riso foi tamanha que eu fui ao banheiro logo em seguida.
Os meses passaram e eu arranquei um "Você vai pro 3º ano com essa foto, não se preocupe!", mas nada de foto.
Quando os dias de aula já estavam se esvaindo, eu percebi que chegara o momento, e enfiei minha câmera na bolsa na véspera da última aula de Redação.
Sorte minha que a aula dele era a última, então pude esperar todos os curiosos irem embora para bater a foto em segredo (apesar de tudo o que vocês já leram, eu tenho pudor, viu!). Quando só meus amigos se encontravam na sala, chamei uma amiga e lhe entreguei a câmera (que já vinha batendo várias fotos toda a manhã) para bater A Foto. Ela inventou de fazer uma filmagem antes da foto e 10 segundos depois PUF! A bateria acabou.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Ãin

Eu. Show. Mombojó.
Aaaaahhhhh. Sinceramente, certeza que o Felipe (vocalista, hihi) estava olhando para mim.
Ahhh...
Fiquei em total estado de choque, nem dancei, só consegui cantar roucamente com minha voz de gripada catarrenta. Delírio.

Na saída, pedi a um moço o ingresso, para guardar de lembrança. Ele me deu o pôster.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Leituras maníacas

Sabe, eu não tenho nada em especial contra ler livros viciadamente até as 5h30 da manhã...
Só gostaria de ter conseguido dormir mais...
E de ter terminado o livro antes de uma amiga, meu objetivo maior.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Noite de febre

Tive febre esta noite... foi ruim.
Agora quando eu tento relembrar, acho que cheguei a ter alguns delírios e sonhos bizarros relacionados à febre... Ontem fui ao musical de uma amiga, Aladdin e as Mil e uma Noites, que foi super legal e tal, e à noite tive momentos em que eu sentia uma necessidade de concentrar o calor da febre aqui ou acolá para derrotar os quarenta ladrões e salvar minha amiga das garras do Jafar... Só que minha amiga era o Jafar...

P.S.: Eu pensei que nunca mais fosse usar o marcador 'Meia branca até a canela', mas vejo que, sendo o sonho que eu tive absurdo, ele se encaixa bem nesse post, hihi!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Decido as coisas no par ou ímpar

Ontem, quando eu mencionei isso numa conversa, fui seguindo uma cadeia de pensamentos e percebi que eu decido coisas no par ou ímpar freqüentemente.
Começou com minhas amizades de colégio novo e o meu espírito infantil, e logo se tornou um vício. Ainda bem que a amiga com quem eu mais comumente tiro par ou ímpar não tem problemas em aceitar resultados. (Ou talvez isso aconteça justamente porque ela tem o mau hábito de ganhar... E teve aquela vez que eu ganhei e ela ficou toda "Aaaaah, Jana... É que..." Droga.)
Um dos par ou ímpar clássicos foi o que eu tirei com uma amiga para decidir quem era mais besta. Nós estávamos numa discussão acirrada ("Você é muito besta!" "Claro que não, você é mais!" "Hã-hã. Você é super besta." "Quer parar de besteira?" "Bestolídia.") e eu propus uma alternativa justa para decidir a questão. Eu sou mais besta.
Outro dia, após mais uma briga a respeito da cor do meu cabelo (que, eu afirmo para todos vocês, adoráveis leitores, é castanho escuro, fato), decidi tirar par ou ímpar com outra amiga (que insistia que meu cabelo era preto, absurdo teológico) para descobrir qual a real cor do meu cabelo. Quando nós fomos primeiro tirar o par ou ímpar, eu percebi que tinha que ser esperta: ela tem o hábito de ganhar de mim e eu não quero ter cabelo preto.
- Rachel, é o seguinte: se você ganhar meu cabelo é castanho escuro, se você perder meu cabelo é preto.
- Lógico que não! Só porque eu costumo ganhar!
Então tiramos outro par ou ímpar para decidir se era com ela ganhando que meu cabelo era castanho escuro ou com ela perdendo. Eu ganhei, hihihi!
Tiramos par ou ímpar outra vez, com a cor do meu cabelo em jogo.
Eu ganhei!!!
Depois de dois segundos da minha dança frenética de vitória, percebi que aquilo significava que meu cabelo era preto. Preto!
Droga.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Deduções de aniversários

Sexta-feira fui ao aniversário da garota ruiva (a "metida, como sempre") da historinha passada, numa lanchonete cool da cidade.
Antes vale observar que eu sou uma inveterada amante de biscoitos de chocolate! Se eu cresci algum centímetro esse ano, foi tudo graças aos Bonos que uma amiga levava para lanchar no colégio. Além disso, hoje, tendo acordado há míseras quatro horas, as únicas coisas produtivas que eu já fiz foram comer Cookies e assistir A Nova Onda do Imperador.
Então. Eventualmente surgiu o assunto das horas de nascimento, e eu logo falei "Ah, eu nasci 9h25! Na hora do recreio!!!"
E qual não foi o buraco que eu quis para me enfiar e enfiar a Carol junto quando ela disse "A Jana nasceu para comer, HAHAHAHA!"

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Como a gente se conheceu

É incrível como existe contraste na vida! Terça-feira foi com certeza o pior dia das minhas férias até então: após encontrar uma amiga, fiquei num ridículo estado de letargia "o que eu vou fazer da vida?" e me enfurnei na Siciliano com uma Fanta Uva grande. Sequer vontade de pegar o ônibus e ir para casa eu senti, tanto que tive de esperar minha mãe ter tempo para me pegar enquanto ouvia adoráveis diálogos que se limitavam a "Ei, tia, vocês têm Gossip Gââârl?" e "Um livro com calculadora, que demais! Considere-se comprado, querido livro, isso sim é leitura inteligente!" O incrível é que, ao mesmo tempo, tive um enorme surto criativo e mil idéias para uma história que estou escrevendo, de repente toda a trama estava formada na minha cabeça! Mas não tinha meu computador à mão, e quando enfim pude escrever, tudo pareceu esvair-se e nada mais fazia sentido.
Em compensação, hoje foi com certeza o melhor dia das férias até agora, e olha que ainda nem almocei! E, o mais curioso é que, hoje, no melhor dia das férias até agora, eu fui... ao meu colégio! Uma amiga fez aniversário dia 22 de novembro e eu estou de entregar-lhe o presente há muito tempo, mas só hoje pude dar a Parte 1. (A Parte 2 será entregue futuramente...) Foi ótimo! Nós conversamos deliradamente e eu ainda tive a oportunidade de perder o meu RG!
Enfim, como vocês puderam ver lá em cima, foi essa historinha - devidamente estragada pelo scanner da lan house - que eu fiz como Parte 1, sobre como nós ficamos amiguinhas! Ficou bem legal e eu gostei do resultado, apesar de tudo... E, muito mais importante!, ela gostou, hihihi!
Primeiro diálogo travado entre nós esta manhã:
- Jana, sabe, você não deveria colocar no MSN que está fazendo um cartão secreto se ele é secreto...
- É pra você.
- PARA MIM? OHHHH!

Ah, e vocês acreditam que, quando eu peguei o tal livro com calculadora para dar uma olhada, nem era uma calculadora de verdade?! Era só um papelão colorido com adesivos de número. Pfff!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Árvore de Natal

Conversando com minha mãe descobri que esse ano ela não está querendo armar a árvore de Natal...
Eu acho que ela está assustada porque ano passado A Gata derrubou a árvore quatro vezes e só conseguiu aprender que é errado e feio derrubar árvores (sim, isso é uma indireta para vocês, lenhadores!) depois de tomar dois banhos de chuveiro e quando nós já havíamos desistido de rearrumar a árvore e a deixamos caída no chão mesmo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Como eu costumo lidar com provas

Sábado tive que ir ao colégio para fazer uma adorável prova... para aquela infeliz turma do ITA.
Mas, espere, não ligue agora, tem mais! Se eu tirasse o primeiro lugar na prova, ganharia uma bolsa integral, o que significa 600 reais que eu poderia exigir da minha mãe mensalmente para comprar todos os livros que eu quisesse, todas as caixas de lápis-de-cor duas cores 48 cores que eu quisesse, todas as coisinhas de cabelo que eu quisesse e mesmo todos os pacotes de figurinhas de Ratatouille que eu quisesse, não só 4 porque o dinheiro está curto. YAY!
Além disso, nós enfim sairíamos do aperto aqui em casa e poderíamos pedir uma pizza grande com borda catupiry sem sentir nenhum gostinho amargo. Um sonho, eu sei!
Agora tente convencer uma criancinha que mal entrou na puberdade e já está completamente adaptada ao clima de férias (apesar de só ter passado uma semana, tempo curtíssimo para adaptar-se às aulas) disso. Impossível. A coisa simplesmente não entrou na minha cabeça. Livros! Filmes alugados e até com direito a multa! Hum... não colou. Pensei na minha mãe, em quão feliz ela ficaria quando eu dissesse "Mãe. Eu sou demais. Beije meus pés, agora você não precisa mais pagar o colégio, hohoho!" Pensei n'A Gata, que poderia ter a oportunidade de comer Whiskas Sachê o mês todo, pensei em tudo.
Mas minha cabecinha não entendeu. Acho que depois de tanto não-encorajamento da minha mãe aos meus estudos, eu simplesmente não consigo fazer algo pensando em prêmios, recompensas, só penso na satisfação. E, sinceramente, tirar primeiro lugar numa prova que começa às 8 horas de um sábado não me dá nenhuma satisfação.
Enfim...
Fui adiando os estudos ("Mamãe vai ficar feliz se eu estudar... Mamãe vai ficar felicíssima se eu estudar e conseguir... Primeiro lugar... Opa, hoje é dia de Project Runway, vou assistir!") e no fim só fui estudar na sexta-feira, véspera da prova. Cheguei a falar à mamãe que se eu tirasse um bom lugar nós ganharíamos um bom desconto, mas do primeiro lugar não falei nada. Eu não ia conseguir e não podia decepcioná-la. Imagina a cabecinha dela pensando na linda e ensolarada semana de férias que eu tive para estudar, mas preferi ficar desenhando arco-íris e que estava lhe custando 600 reais mensais? Sem chances de eu falar, tá.
Sexta-feira chegou e eu me enfiei nos estudos. Primeiro peguei o papelzinho com o roteiro de estudo, e, espere!, como assim aqui TEM TUDO O QUE EU JÁ ESTUDEI NA MINHA VIDA? Peguei todos os livros de Matemática que eu tinha e comecei... Matrizes, determinantes, sequências, AAAAAHHH!!!
Peguei o telefone.
- MÃE, eu não agüento mais estudar!!!
- Ah, filha, então não estude.
Falei "Mas, mãe, e se eu não conseguir uma boa colocação?", mas queria dizer "Mãe, e se eu não tirar o primeiro lugar? Vamos perder a bolsa integral!"
- Ah, você consegue.
- Sem estudar não consigo, né!
- Consegue.
- Mãe. Tem uma coisa que eu não te contei.
Eu estava me corroendo de culpa de não ter contado aquilo.
- O primeiro lugar ganha uma bolsa integral.
- Ah, você tira o primeiro lugar.
- Não, mãe!, sem estudar não tiro! Você não vai ficar mal de eu ter perdido essa oportunidade, tendo tido uma semana inteirinha para me dedicar a isso?
- Ah, filha, eu já te sustentei até aqui, não tenho problema com mais um ano.
- Sério?
- Aham.
- Compra biscoito para mim?
20 minutos depois ela me ligou chamando para ir ao cinema. Não tinha nenhum filme bacana então alugamos Bambi.

E a prova...? Foi boa, obrigada. Dá para conseguir um 42º lugar, eu acho. Mas não sei se tem candidatos suficientes para chegar ao 42º...

Eduardo e Mônica

Mônica,
Depois de tanto ser contada por aí, a sua bela história chegou a mim, e ao fim. Eu me identifiquei muito com a música (exceto pela parte do dezesseis, da novela, do futebol, do clube, do cinema e da birita, mas não acho que isso seja um obstáculo no amor!).
Pois é. Eu achei você muito legal e também me acho muito legal, então será que nós... poderíamos... nosencontrarporfavor?
Obrigado,
Eduardo

Ele tem 8 anos e sabe fazer subtrações, adições, ler, escrever e desenhar, então já está na hora de ir para a faculdade.