quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Acidentes acontecem, meu bem

Isso foi tão realmente engraçado que passamos o resto do dia em alvoroço! Mamãe está viajando desde a madrugada de terça-feira, então eu contei a doideira por email. Ela respondeu minha pergunta de pra onde ela tinha viajado mesmo (Brasília) e acrescentou que "Assim o PET fica cheirosinho."
Desde o primeiro ano de Engenharia Elétrica o aluno já aprende a ter medo do quinto semestre, e eu cheguei agora tremendo de medo e com a obrigação de passar em todas as cadeiras se ainda quiser curtir meu intercâmbio na França. Eu seeeei que as aulas ainda não começaram de verdade, que isso mal é um aperitivo, mas todo dia é uma diversão, todo dia tem um incidente cômico, e todas as cadeiras são incrivelmente fascinantes. Estou é com dó do apelido de "Quinto dos Infernos", disparado vai ser o meu semestre favorito, enfim acabaram as cadeiras de empurrar com a barriga e todo o conteúdo que vi até agora foi maravilhoso. Só besteiras, mas besteiras máximas. Viva coordenadas esféricas, viva série de Fourier, vivaaaaa! (Isso não significa que eu esteja estudando regularmente, porque toda noite tem alguma outra coisa pra fazer... Desenhar, filme bom nos Telecine, livro da Joyce Carol Oates, comer bolo de chocolate, etc, etc...)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A última vez que usei saia na faculdade

Eu amo essa saia, mas ela é da C&A e um tanto fuleira pra ser usada fora do ambiente familiar, então nunca tive grande costume de usá-la pra sair. Hoje me empolguei no look e peguei o ônibus me sentindo bonita. Quando desci já recebi o primeiro tapa na cara. (Tem também uma história envolvendo um pano de chão que curiosamente tinha formato de saia e eu.) Essa é a minha rotina. Não, eu não sei como eu aguento esses meninos. Eu amo grávidas. Se um dia tive vontade imensa de ser mãe, hoje tenho pavor de engravidar cedo e perder a vida, então fico só admirando as barrigas. Tenho dois ou três vestidos com um corte meigo que dá a leve impressão de que eu estou grávida, e os meninos sempre mangam ("vestido de grávida"). Essas férias, depois de muito tempo sem nos vermos, fui pro PET com um vestido inteiramente não-grávida. Por acaso o papo do vestido de grávida veio à tona e comentaram: "E esse não é o vestido não?" "Não, né!" "E o que me diz dessa barriguinha aquiiiii?" Aí eu ajeitei a postura. Como já bem definiram: "Só tem gente mansa nesse PET!"
Fiquei um tempão estatelada no chão antes de criar coragem, morrendo de rir (junto com todos ao meu redor, rir para não chorar). Fizeram parede pra mim e acho que consegui não dar brecha.

P.S.: Taís Araújo está grávida de cinco meses e eu estou torcendo pro bebê dela nascer prematuro, que aí cai perto do meu aniversário!!!!!!
P.P.S.: Talvez o quadrinho tenha ficado um pouco confuso. Peço desculpas, mas estou abandonando os padrões e entrando numa fase mais experimental. É inevitável, a desorganização me chama.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Copas, bolhas e sono

Viajei para Salvador, onde passei dias maravilhosos de igrejas belas, praia quente, comida divina (vivas ao bobó de camarão!) e leituras profundas. Depois emendei com Maceió no Encontro Nordestino do PET (ENEPET), e foram quatro dias que mais pareceram semanas, sendo que mal dormimos 10 horas ao todo. Aproveitei minutos ociosos para fazer um ou outro rabisco dos melhores momentos. Das imagens abaixo vocês tiram como eu ainda sou uma criança feliz.

1) Noite do luau, que nós passamos no busão por causa do apagão;
2) Noite da festa brega, que teve direito a bolhas de sabão, perucas voadoras e cerveja a 1 real;
3) Hora do banho é hora da MEGA BOLHA DE SABÃO!
4) Pontuação de alguns dos nossos milhares de jogos de Copas.

As histórias da viagem nem são tão infindáveis, mas todas são tão maravilhosas que estou em nirvana comigo mesma e com a vida que venho levando. Por mim, ainda contaria e recontaria as histórias com o pessoal que viajou comigo por uns bons dias, para rir e rir novamente. A parte triste é ter voltado pra essa cidade, voltado pra Fortaleza e pra vida, pras aulas da faculdade que começam semana que vem e pras aulas de legislação, todas as noites das 18h às 22h. E que tristeza. Não sei como nossas aulas não terminam em prantos todos os dias, porque a cara da minha professora é passar vídeos aterrorizantes. Muitos. Vídeos de acidentes, vídeos de vítimas. Muitos. Vídeos em que o lado esquerdo do peito da vítima foi totalmente arrancado pelo automóvel e é possível ver o coração que ainda bate, bate, bate. É possível ver o rosto da vítima, e ver seus olhos que olham, olham, olham, tontos e desatentos. Quando o vídeo termina, o coração ainda está batendo.
O domingo foi o único dia sem atividades, totalmente livre para passeio e diversão. Encaramos o busão e fomos pras piscinas naturais, nadamos com peixes e pegamos um bronzeado legitimamente alagoano. Na volta pra Ufal, o caminho mais comprido possível, com duração de uma hora e meia, passava por favelas e até saía da cidade (não tivemos nem a desculpa de estar "conhecendo a verdadeira Maceió"). Por pouco não perdemos o ônibus para Fortaleza, e nos acabamos nas cadeiras aliviados, exaustos do estresse mental e estafados do sol da praia. Eu mesma bem queria ter capotado de vez, mas acontece que tenho uma tia em Maceió que foi quem me emprestou colchão, lençol e toalha pra usar no alojamento e me levou para comer sururu no sábado à noite. Ela já tinha levado tudo de volta e me arranjado um casaquinho para não passar frio na viagem. Não passei frio nos braços, e devo isso a minha linda tia, mas na hora do banho tinha decidido vestir o meu short favorito e não foi a melhor decisão para as minhas pernas. Não dormi, inquieta de frio. O menino sentado ao meu lado, que eu não conhecia e continuo não conhecendo, estava de lençol, travesseiro, mp3 e celular. Eu tinha meu baralho. Mas ele, ah, ele tinha o melhor ombro do mundo. Que ombro! Passei a tarde paquerando. O ombro. Aquilo sim era um ombro de verdade.
Viajamos às 16h. Quando já era noite, paramos para jantar (cuscuz, leite, açúcar e nescau para mim, sopa pros meninos), jogamos Copas adoidadamente e depois juntamos um grupo maior para A Cidade Dorme (que jogo mais maravilhoso!). Por volta da meia-noite, eu estava cheia de energia para jogar jogar jogar e falar falar falar, mas o resto do ônibus nem tanto. Resignada, voltei pro meu assento. Mal acabo de me sentar, menino-que-lembrem!-continuo-não-conhecendo me pergunta:
- Tu quer lençol?
Quer atitude mais doce? É claro que eu queria!!!!!!!! Mil corações para ele! Vesti o casaquinho e cobri minhas pernas com o tecido que ele estava usando para se cobrir todo. Conversei um bocadinho com minha bff do outro lado do corredor, enquanto a menina que dormia entre nós se virava, em sono pleno, pra ela e pra mim com cara de "me deixem dormir!". Quando nós a acordamos, desistirmos de conversar e fomos tentar dormir. Eu consegui? Não! Eu queria tagarelar, berrar, rir, não fechar os olhos. Ainda mais sem muito conforto. Quando o sono bateu o suficiente para eu estar realmente grogue mas não necessariamente sonolenta, eu criei coragem para dar o verdadeiro passo para o sono da beleza. Pedi o ombro ao menino do meu lado. Ele deu.
Que sono. Dormi seis horas direto, não dormia seis horas direto há dias, e vocês não tem noção de como o ombro do rapaz era macio. Realmente macio! De uma maciez docemente macia! Dormi tão bem!!! Quando fizerem travesseiros da mesma maciez que deus fez aquele ombro, ninguém mais se levantará da cama. Afirmo com base na minha própria vivência: aquilo sim era um ombro de verdade.
Resultado: no café-da-manhã, muitas pessoas me abordaram.
- E eu acordei no meio da noite, e me virei pra Jana pra ver como ela tava, e ela estava lá, dividindo lençol e dormindo no ombro! Eu nem sabia que eles se conheciam! Fiquei pensando: eita, mas o que foi que aconteceu enquanto eu dormia?!