quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Cansei de ser

Esses dias de férias têm sido dias de preguiça. Não sei o que me abateu, mas de repente tudo não me encanta, tudo me cansa, meus músculos doem e a cabeça pesa. De pegar o telefone não tenho coragem, ligar o computador é um suplício, e aí entra você me perguntando o que raios eu venho fazendo das minhas férias. Eu gosto de ação, de não ficar parada (mas gosto de brincar de estátua!), de viajar e conhecer lugares, de sair todos os dias e conversar, conversar, conversar por horas a fio.
Aí entra essa preguiça que não me deixa fazer nada, e me engana dizendo que não, eu não estou com vontade de fazer nada.
Talvez seja cansaço por toda a atividade desse ano todo, todas as duas faculdades, os cursos, as novidades, as viagens, as tagarelices e as extroversões.
Ou quem sabe é só minha verdadeira realidade batendo à porta: ei, quem disse que você é tão saidinha assim, hein? Pode tratar de ficar em casa e encarar seu verdadeiro eu, preguiçosa da vida e das pessoas!
Sei lá, só sei que tá sendo assim.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Quero muito retomar o saxofone também

A PartidaSemana passada fui com mamãe a um cinema onde as cadeiras ficam no mesmo degrau e o ar-condicionado só funciona nas portas. Depois de muito enrolar até chegar o horário da sessão, nos aproximamos da bilheteria e pimba! eu comento:
– Imagina se o filme não tá passando? Ia ser um terror de ruim!
É só falar. Fomos na quarta, o filme tinha passado terça.
Acabou entrando em cartaz em outro cinema, e lá fomos nós depois de um dia cansativo e à base de xarope, doença batendo nas duas. Paguei o equivalente a três quilos de milho pra pipoca num combo pequeno de pipoca e refrigerante e nos sentamos bem na hora em que terminava o trailer de (500) Dias com Ela.
Aí começou o filme.
Eu sou tão volúvel. Quero muito morar no Japão algum dia. Quero muito trabalhar com defuntos alguma vez na vida.
A Partida conta uma história de tradições. São muitos os silêncios que dizem tudo. E isso me encanta tanto, me encanto tanto com o clássico, o épico, talvez por vivermos nessa sociedade moderna que insiste em desconstruir tudo o tempo todo, inovar, atualizar. Acho o velho tão bom, tão suficientemente impactante. Nem é como se eu quisesse morar em outra época, porque se eu morasse ia gostar do velho correspondente e por aí vai.
O herói perde o seu emprego bonito mas não-mais-tão-poético de violoncelista numa orquestra e vai se virar com um anúncio de jornal que diz “ajudamos a partir” (hmm, uma empresa de viagens?) mas bem queria ter dito “ajudamos os que partiram” (defuntos! morte! minha nossa!). E lá vai ele, preparar os mortos sim, brancos e fedorentos, para o caixão, lavar o corpo, trocar a roupa, maquiar, tudo tão cerimonioso e incrivelmente tocante para a família que observa, silenciosa ou chorosa. No fundo, o Japão sempre tradicional, sempre cheio das estações, dos montes e dos telhadinhos típicos.
Eu podia ter ficado pensando em morte, mas na hora pensei em vida (frase dói em mim de tão clichê, mas sou incapaz e não penso em mais nada, nem quero pensar), em todas as coisas bonitas que eu preciso fazer na vida, em todos os empregos incríveis que quero ter. Quero trabalhar com mortos! Ser trocadora de ônibus! Garçonete! Caixa de supermercado! São empregos que parecem mecânicos mas certamente têm tanto a acrescentar, não sei, me encantam. Esses cálculos integrais são loucos mas cansam tanto, não quero só isso pra minha vida, deus me livre.
Semana passada me inscrevi num curso de bombeiro voluntário.

P.S.: O filme ganhou Oscar de melhor filme estrangeiro esse ano! E só agora nos cinemas, como não adorar?
P.P.S.: Meu senso de organização de ideias tem sim estado pior.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O professor chorão

Professor chorão 1/2 Professor chorão 2/2
Deus sabe como eu fiquei abalada com essa experiência! Contei pra tanta gente, fiz tanta careta, me descabelei tanto. Quer loucura maior que a desse professor? E eu, crente de que o fato de ele ser também professor das Artes Cênicas e de não parar de se vangloriar era uma pista de que era trote? Necas.
Nem fui na aula seguinte, por motivos de faculdade geratriz de dinheiro, mas fiquei a par dos acontecimentos e de incrível razão de depressão de Álder! Preparem-se: dor de cotovelo.
Aparentemente, ele tinha doce caso de verdadeiro amor com uma mulher não-habitante de Fortaleza, e os dois se viam uma vez por mês ou a cada quinze dias, os detalhes eu já esqueci. Pediu a moça em casamento e ficaram noivos. Até que, um belo e radiante dia, Álder conhece outra mulher, daqui mesmo de Fortaleza, e se encanta. Os dois têm um relacionamento carnal de três dias e se separam. Mas a amante não está satisfeita com o estrago na alma pura de Álder, e liga para a noiva, conta tudo e separa os pombinhos! Álder termina sem ninguém, com depressão. Sintam o poder do homem.
Ao final do discurso, pediu novos conselhos à turma. Vê se pode.

Tempos de século XIX

No mês de outubro eu perdi meu celular, sumiu assim, puf, de repente. Era uma segunda-feira, ainda me lembro (nem tanto assim), cheguei a olhar a hora (12:34) no ônibus interno do campus (sentei no banco do meio lá de trás) e depois da primeira aula olhei o bolso e estava vazio.
Ele ainda nem tinha feito três anos em minha companhia, eu tinha há pouco renovado as fotos colantes na parte de trás (várias cabecinhas espremidas em menos de 2 cm²), o vidro do visor estava trincado e eu andava bem insatisfeita, mas o danado fez uma danada falta. No começo.
Quando me vi, estava livre de horários, de compromissos, de pressa, de estresse. Não era eu a responsável a ligar pra todo mundo, cadê você?, cadê fulano?, eita alívio! Foram tempos de liberdade.
Hoje comprei um celular novo, não deu pra aguentar a liberdade tanto tempo assim. É a coisa mais linda do mundo, enchi de mp3 (toca mp3!) e tem Cebolinha e Cascão de Calvin e Haroldo no papel de parede.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Chá de sumiço é culpa de bandidos

O que é esse sumiço, hein? Bom, er, poderíamos dizer que eu fui sequestrada. Isso, sequestrada, perfeito! Duvidam? Pois então porque será que, quando eu estava calmamente almoçando na cantina do meu bloco, mamãe se aproximou me assustando e chorando?
Sequestro relâmpago! Golpe! Mistério! Telefonemas!
Ligaram aqui pra casa por volta das onze horas da manhã, sexta-feira, não 13 mas 4. Rosa atendeu, mamãe estava na universidade, bem como eu, e, opa, a garota de vocês foi sequestrada, ela está no meu lado e vou matá-la se não me der dinheiro! Não preciso dizer que Rosa ficou apavorada, colocaram a menina para chorar e gemer no telefone, perguntaram o que Rosa era da família, insistiram que fosse pegar as joias da família porque só assim eu viveria.
Quando a insistência de Rosa de que não sabia onde ficavam as joias (“No guarda-roupa, Rosa, no guarda-roupa”, foi o que eu disse) e de que o guarda-roupa estava trancado (“Arromba, Rosa, por favor!”), pediram o celular de mamãe, e Rosa deu. Ficaram os três numa conferência, mamãe igualmente horrorizada, Rosa insistindo que eu estava muito, muito machucada e precisava de ajuda imediata, eles querem dinheiro, oh meu deus!
Felizmente quis o destino que mamãe não estivesse sozinha (e bastante disposta a se apavorar com Rosa) e sim com suas alunas vivas e espertas, que sacaram na hora o golpe. Aí a realidade bateu em mamãe, que tinha me deixado no meu bloco há pouquíssimo tempo, ela ia pra universidade, eu também, porque rejeitaria a carona? Foram me procurar na cantina e lá estava eu, comendo um salgado de queijo (como almoço) muito calmamente, apesar de estar um tanto preocupada com a prova de Química ao meio-dia.
Mamãe me abraçou, chorou, e depois foi confortar Rosa na conferência (“Rosa, está tudo bem, Jana está ao meu lado e eu já chamei a polícia”). Os golpistas se emocionaram tanto com o reencontro amoroso que desligaram para dar privacidade.
Abracei mamãe em choque e fui fazer minha prova, que foi decente, mas já soube que errei besteira.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

1 ônibus, 2 ônibus, 3 ônibus...

Dormi fora de casa (e fiquem totalmente à vontade para fazer suposições sobre o colchão em que deitei, se é que dormi de colchão) e de manhã foi uma complicação só para achar a combinação de ônibus correta para me levar ao meu campus com a maior eficiência temporal possível.
Sem pensar muito nem considerar o futuro grande arrependimento, decidi ir até o terminal (de ônibus), pegar o 30 e, assim que as linhas deles se cruzassem, descer e pagar outra passagem no 75, que me levaria direto à faculdade. Acabou que o negócio deu mais volta do que montanha-russa, e, a meia hora da hora da minha reunião, eu estava a uma hora de distância do campus. Meu ônibus parou num sinal e, para meu desespero, vi o 75 passar na perpendicular, onde o 30 iria dobrar.
Eu tinha planos de descer na parada seguinte para trocar de linha, sabe, mas com esse ônibus voando pela avenida, dá-lhe 50 minutos até chegar o seguinte.
Meu ônibus dobrou, eu fazia a maior careta, e acabou que conseguimos, eu, minha força positiva da agonia do eterno atraso e o motorista (ele também merece crédito, vai), emparelhar com o veículo desejado, e eu nem precisei gritar Siga aquele carro! Foi só os dois pararem para eu pedir pro motorista por favor abrir a porta, descer do ônibus e ver o 75 ir embora.
Ir embora.
Não deu outra, voltei e subi no 30 de novo, sim, pela porta da frente, por onde só deveria descer gente e subir idosos, o motorista berrou pra mim Minha filha?! como se eu fosse uma criança me divertindo acendendo e apagando a luz, eu disse que queria ter pegado o ônibus que tinha acabado de ir embora, o homem do lado riu.
Quando emparelhamos de novo, eu pedi de novo para o motorista abrir a porta, mas minha energia positiva vinha sendo drenada.
– Não vai dar tempo não.
Foi o que ele disse, o idiota, e nem abriu a porta. Pela terceira vez os ônibus pararam juntos, e eu falei de um sopro para nem perder tempo:
– Dá pra abrir a porta de novo por favor agora vai dar tempo que eu sei desculpa o incômodo aí brigadão!
Ele abriu, eu só fiz descer e bater desesperadamente na porta do ônibus seguinte, subi e foi um alívio.
Esse não seria o meu último ônibus, ainda tive que pegar o gratuito que circula apenas dentro do campus, e tive a alegria (bom, foi meu primeiro motivo de sorriso desde que pisei fora da casa onde dormi – uuuhhh) de ver, em terreno universitário, uma placa que dizia: VAGAS PREDEIRO. Em breve, fotos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Boca fechada não entra mosca

Aiaiai, ok, oficialmente retiro tudo o que eu disse no post passado. Novembro é mês de NaNoWriMo (participem! participem!), ou seja, ralar para escrever diariamente 1 666 palavras e lucrar ao final de 30 dias um romance de 50 000. Ano passado eu tentei e empaquei nas vinte mil, mas também o vestibular não ajudou na motivação. Esse ano, mesmo depois de muito tempo parada na escrita, há meses sem ter vontade de criar histórias e ainda com horrores de ausências no blog, respirei fundo e encarei o desafio.
Só que eu não sei se desaprendi a escrever (muito possível!) ou se eu sempre fui prolixa assim. Por que eu simplesmente não tenho conseguido organizar minhas ideias! E, por mais malucos que os parágrafos acabem, não me sinto nem um pouco tentada a mudar o estilo. Só de passar os olhos no que acabei de escrever, já sinto desgosto. Até esse post está ficando incrivelmente pseudocult. Mas o plano vai ficar, e esse ano eu serei vitoriosa!
Para encher um pouco de linguiça, um parágrafo do que eu consegui inventar (nada necessariamente decente).
O plano inicial era apesar assistir um filme, passar o tempo em algum lugar que não fosse a praia, porque, se a família fosse tomar mais sol do que já vinha tomando, era capaz de o bronzeado virar torrado. Assistiram, comeram todos juntos um lanchinho infantil que vinha com lembracinha – Mas eu quero o roooosa, disse Manu – e porque não dar uma passada na livraria? Mas aconteceu como acontece de acontecer, se perderam na modernidade polida e brilhante do lugar, e acabaram na Toca do Noel. Tente imaginar um monte de luzinhas de natal decorando um saco de bolas de gude. Pegue duas bolinhas e estes foram os olhos de Manu.
(Ainda tenho que tomar vergonha na cara e responder uns comentários, não sei mais o que é isso há um bom tempo. Mas amo todos vocês!)

domingo, 25 de outubro de 2009

Isso ou eu não sei reconhecer a verdadeira arte

Sexta-feira eu fui nessa apresentação de dança que não fez o menor sentido pra mim, nem pra minha mãe, nem pra minha tia. Não consegui evitar leves cochilos ao longo dos noventa minutos, nem pensar em todas as atitudes rejuvenescedoras – escovar os dentes, vestir a camisola e me deitar na cama – que eu tomaria assim que chegasse em casa. Assim que o trambolho terminou, muitos, muitos aplausos, gente se levantando e aplaudindo mais ainda e eu lá imitando para não ficar de resto. Só que, sabe, o show foi tão pobre e sem-nexo que eu não conseguia evitar pensar que todo mundo ali apenas fingiu que tinha entendido tudo. E só aplaudiu para pagar de intelectual. Um dos meus eternos medos de seguir a veia artística é essa, ficar tãotãotão incrivelmente subjetiva que de repente vai ter um monte de gente incapaz de me entender. Arte não é sobre passar sensações um para o outro?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Toca aqui!

Distintivo de UpAcabou que eu decidi virar um garoto. Ao menos na lábia, nas atitudes, e na liberdade de estar sempre de calça jeans e camiseta na faculdade.
Cumprimento todo mundo, e aí, brô!, tudo na boa?, faço hang loose para quem estiver disposto a retribui e a lista de coisas embaraçosas continua... Quando contei a mamãe da tampinha que eu tirei no dente, foi a gota d'água.
– Minha filha, meu deus, você poderia ter perdido o dente! E aí, como é que fica?
– Banguela.
– Olha aqui, só porque tem um monte de garotos na sua faculdade, não significa que você tem que ser que nem eles! O seu corpo é diferente, é mais frágil, podia se machucar!
– Mãe, foi só uma tampinha – o que não é bem verdade, mas vamos poupar mamãe da minha crise identidade sexual.
– Você tem que assumir sua feminilidade, ser uma menina. Quer competir com os meninos, que seja intelectualmente.
Ela não entende que agora eu tenho o meu próprio distintivo de aventureira.

O que a faculdade não faz numa pessoa

Click to view my Personality Profile page
Há mais ou menos dois anos, eu fiz esse teste para ter uma ideia e uma base à minha escolha pro vestibular. O resultado deu todas as características da direita.
Hoje deu na telha de fazer novamente e ver o que dava, aí deu isso aí, passei de introvertida a extrovertida. Eu não sei se essa transição está tão completa assim, mas a verdade é que eu já não aprecio o tempo passado sozinha tanto quanto apreciava antes. Eu tenho gostado de gente, de muita gente. De passar a aula conversando com quem quer que esteja atrás de mim, de puxar conversa com uma pessoa que eu poderia simplesmente deixar passar com um alô, de estar sempre ocupada e envolta de gente. Não sei se estou sendo exatamente sincera quando deixo de preferir uma coisa para preferir outra, mas estando em grupo eu acabo deixando um monte de problemas e ideias desnecessárias de lado. Ficar sozinha com os mesmos pensamentos de sempre tem sido um bocado entediante.
Só lamento que antes eu era como o Doug Funnie e agora sou como a Sandra Bullock.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Às vezes eu queria ter nascido garoto

Pior é que ainda consigo ser mais macho que alguns caras da minha sala, tenho coragem de beber molho inglês com coca-cola e encaro o professor mais malucão de queixo erguido.
Ser ou não ser garota, eis a questão Hoje fui convidada para ser o macho da turma, mas gentilmente declinei o convite, porque, afinal, ainda não quero que me deixem de ver como garota e todos os meus privilégios açucarados se acabem. E, apesar de toda essa minha vontade, eu não sei andar de skate, não jogo vídeo-game e todos os meus cumprimentos com a mão saem bastante desajeitados. Quanto a ser chapa de todo mundo, estou mais ou menos encaminhada.
Mas ser garota é bom! Estou livre de montes de preconceitos, e, sendo 33,33% da população feminina da turma, um horror de rótulos não me atinge (o que acaba não sendo tão bom quando se trata de imagem própria, já que o desleixo toma o controle). Ter momentos de vaidade é bom, dormir um longo sono da beleza é renovador e chorar com qualquer besteirinha não me encabula. O problema é quando os hormônios entram na jogada.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quem dá mais, quem dá mais?

Semana passada meu ônibus bateu, hoje ele deu o prego. Façam suas apostas pra semana que vem!

sábado, 26 de setembro de 2009

De 9/7 a 14/7

Dias 12/7 e 13/7Eu terminei de registrar minha viagem ao Crato há um tempinho, e enfim criei coragem de digitalizar tudo (que na verdade é pouco). O plano original era escanear, mas descobri que o meu scanner só escaneia imagens de uma por uma, aí bati fotos de qualquer jeito. (De qualquer jeito mesmo!)
Eu também ia pintar tudinho e deixar totalmente amor, mas só de pensar em ter que colorir tudo me batia uma preguiça que eu ficava ainda mais desmotivada a terminar o diário de viagem... (Ainda tem Salvador e Rio para contar, oh deus!)
A página aí de cima foi a minha favorita, por ser a mais gráfica e uma das poucas com nenhuma colagem. Nesse link tem as doze páginas dos meus seis dias.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A minha primeira batida

Agora eu posso dizer para quem estiver disposto a ouvir: já participei de uma batida de carros e sobrevivi.
Estava indo à faculdade nem um pouco atrasada ao contrário de todos os outros dias da minha vida (sempre, sempre atrasada), deixei passar o primeiro ônibus que estava por demais lotado e peguei o segundo, que era até de ar-condicionado, uma maravilha.
Subi, paguei, passei a roleta, e o ônibus estava tão lotado (déjà vu, eu sei) que tive que ir lá pra frente.
Fiquei.
O tempo passou, a viagem foi acontecendo, e aí, totalmente repentinamente, porque, claro, na vida não temos títulos e introduções para prevermos o que vai acontecer ao longo do dia, o ônibus deu o maior freio.
O maior freio.
Todos fomos jogados pra frente pela Física, eu mal me segurava na barra, quase caindo, pessoas foram lançadas em cima de outras pessoas, e aí as portas se abriram, procedimento de emergência. Rápido e indolor, ainda bem.
Saímos, e o ônibus tinha batido no carro da frente que tinha batido no carro da frente. Tchau ar-condicionado, olá atraso, até que senti sua falta.
Quando estava na faculdade e já tinha até me esquecido do clímax do meu dia, um amigo comentou:
– E acredita que perdi o inglês? Aaahhh, fiquei com tanta raiva, o ônibus ficou preso no maior engarrafamento! Teve uma batida.
– AHHH, foi a minha batida! Desculpa, culpa minha!
Aí outro amigo, que mais falta do que aparece mas eu tenho fé de que não vai desistir do curso:
– Você literalmente parou o trânsito.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Terá sido porque não apostei na loteria?

– Eeeei, a sexta passou e a gente nem viu se tu ficou rica!
– Valha, é mesmo, né? Puuuuxa.
– E aí, ficou rica?
– Que nada! Na meeesma de sempre.
– Ah, mas, sabe, não necessariamente é rica de dinheiro. Aconteceu alguma coisa especial na sexta?
Eu pensei.
– Sabe que não? Ah, puxa, não estou rica. Acabou.
– Fica pra próxima.
A única coisa excepcional de que eu me lembro da sexta-feira é a professora de Estatística que dá aula das quatro às seis falando:
– E gente, olha só, hoje eu não vou mais liberar vocês às cinco não, viu, vamos ficar aqui até as seis! Não adianta de nada eu sair daqui mais cedo que eu pego engarrafamento na BR. Então, aguentem.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Queridos leitores do diário

Oi! Meu nome é Janaína!Minha página do projeto supimpa da Paula, o Diário Viajante. Sacanagem ela ficar sozinha com todas essas páginas lindas, eu sei, mas a gente sempre pode ficar admirando! Essa foi a minha favorita. (Até agora!)
Vocês vão notar que eu sou a única narcisista de todas as que já tiveram suas páginas. O problema é que eu não posso fazer nada, tudo o que eu sei é o que eu vivi, pronto! Então lá fui exercitar o meu maior prazer, porque só o blog não basta pra mim.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Muito melhor do que o jogo do bicho

Nota de dois reaisEu não qual é a árvore genealógica, o país de origem, só sei que tirei a nota do bolso para pagar o laquê de cabelo e vi a mensagem. Fiquei tão extasiada que li em voz alta para quem estivesse ao redor do caixa ouvir:
– Quem pegar nessa nota ficará rica em 8 dias! Escreva em 3 notas e verás! VOU FICAR RICA!
Peguei a caneta presa na correntinha e as duas notas de dez que eu ia usar para pagar o laquê e o chiclete de melancia, me apoiei no balcão e me pus a escrever. Quando estava terminando a segunda nota, notei que na verdade estava paralisando o caixa. Acelerei e terminei em outro lugar a terceira nota, que gastei num churros de chocolate. Fui bastante insistente com a vendedora para que lesse a mensagem, mas ela se limitou a enfiar a nota na gaveta. Bom, melhor, mais dinheiro pra mim da terra dos duendes.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Que tal um pouco de catchup?

Sério, gente, não dá pra aguentar! Claro que é bom que ele não fosse dos mal-humorados que ficam reclamando comigo, que não sabem reagir aos meus obrigadas, que passam o resto da viagem me fazendo passar vergonha, Batatinha frita mas é muito jeitinho brasileiro pra minha cabecinha!
Apesar disso, na verdade, apesar de eu sempre reclamar e parecer incomodada, eu acho essas histórias de infelicidades o máximo, porque a gente tem mesmo é que rir da própria desgraça. (Tá que esse acontecimento não se encaixa muito nessa classe, mas abri um parêntese geral!)
Felicidade pura que na faculdade já encontrei a tchurma que aprecia essas histórias especiais assim como eu, que falam do cara maluco que começou do nada a cantar no ônibus e depois saiu espalhando que passou no Ídolos, concordam em chamar aquele trocador bigodudo de Xerife ou simplesmente riem comigo do professor que escreve trêis em vez de três porque a mãe – que ele nunca conheceu – morreu num dia 3, coisa que ele descobriu com o vizinho psicanalista. Professor esse que certa vez nos pediu para corrigir a cozinha com Z da nota de aula, botar um S, ficou rindo e falando:
– Corrijam, por favor, senão vão ficar achando que eu não sei português!

domingo, 6 de setembro de 2009

Espiada na minha estante

Livro de Infância: A Casinha da Ninoca, Crianças Como Você e Histórias Maravilhosas de Andersen, não que eu fosse a melhor leitora.

Personagem que queria ser: Trillian da série O Mochileiro das Galáxias, quer coisa melhor do que ir pruma festa só pra se distrair e acabar vivendo altas aventuras pelo universo porque conheceu o cara certo?

Primeiro livro enorme que lembra de ter lido: Harry Potter e o Cálice de Fogo, incrível como essa foi a resposta de todo mundo!

Filme que ficou melhor do que o livro: A História Sem Fim (90% da história na mesmice para no final o protagonista aprender que o importante é ser ele mesmo), As Pontes de Madison (pieguice ao extremo, só achei o epílogo decente) e Na Natureza Selvagem (jornalístico e sério demais, esperava toda uma ficção!).

Livro que te fez sonhar acordada: Diana Wynne Jones, não me peça pra escolher um só livro.

Livro que te fez chorar: Jane Eyre me fez chorar bem desesperadamente, mas eu choro realmente fácil!

Livro que te fez rir: Como Me Tornei Estúpido, mais por falta de opção. (Não que eu só leia livros lúgubres, mas não consegui pensar em nada!)

Livro que mudou a sua vida: Extremamente Alto & Incrivelmente Perto, do Jonathan Safran Foer, meu livro favorito do meu escritor favorito! Eu descobri tão despretensiosamente e o livro é tão maravilhoso que fez me ter todo um novo patamar na literatura. É moderno, tem referências, tem tristeza, tem amor, tem mil e um personagens, tem comédia, tem ação, tem figuras! Tudo o que todo livro devia ter.

Livro que te causou dor: para não repetir o de cima, pensei em Ponte para Terabítia, mas o filme me marcou bem mais do que o livro. Então vou ficar com A História do Amor, da Nicole Krauss, esposa do meu escritor favorito, hihi.

Livro de cabeceira: não tem nenhum livro que eu goste de estar sempre relendo, me sinto mal pelos novos que deixo de lado!

Livro comercialzão: O Código da Vinci.

Querido escritor: Jonathan Safran Foer, ele é tão lindo e tão incrível e escreve coisas tão bonitas! (Fico até de ciuminho de dar o nome dele aqui de bandeja pra todos vocês, hihihi!) O único problema é ficar anos sem lançar livros. Honestamente, só o Woody Allen é um artista de verdade nesse mundo, não fica só ruminando e todo ano, faça chuva faça sol, tá de filme novo, porque fazer filme é pra ele uma necessidade tremenda que não dá nunca pra acabar.

Sente vergonha por não ter lido: O Mundo de Sofia! Tenho o exemplar (acabado) de mamãe e abandonei a leitura cem páginas depois de ter começado, cinco anos atrás.

Não suporta: eu diria Crepúsculo, mas a verdade é que, hm, eu já li os três primeiros livros da série. O que certamente não me impede de não suportar, tenham certeza!

Para os apaixonados: Orgulho e Preconceito, inevitável, né.

Livro sensual: A Insustentável Leveza do Ser, leiam todos, sim? Disparado a minha melhor leitura desse ano.

Para quando quiser ficar feliz: Tomates Verdes Fritos, ainda que a história seja um drama, os capítulos são tão bem-humorados que parece que você tá nadando num mar de rosas.

Para quando faltar esperança: O Morro dos Ventos Uivantes? Acho que faz a pessoa encarar a própria vida com olhos mais alegres, haha.

Livro que ganhou e nunca leu e nem vai ler: Quem Não Lê Não Vê, mas minha nossa!

Para quando for preciso paciência: Os Três Mosqueteiros, porque eles nunca estão felizes e livres da ação, sempre tem um vilão na mira – até o final, pelo menos.

Livro que comprou e nunca leu: eu venho tentando ler todos os livros que tenho aqui e ficar sem comprar novos até conseguir, ou então me livrar (vendendo e dando) dos que eu de fato não vou ler. Tem Eugênia Grandet, do Balzac, e Memórias de um Sargento de Milícias.

Biografia: Retalhos, os quadrinhos mais lindos desse mundo!

Para garotas: Luna Clara & Apolo Onze, meu livro recorde de presentes.

Difícil: José Saramago, não consigo me dar bem com o jeito que ele escreve, fico toda perdida! Nunca li Ensaio sobre a Cegueira, mas comecei Ensaio sobre a Lucidez e a coisa não engatou.

Para quem gosta de escrever: um livro em branco.

Leitura de teatro: só li um único livro de teatro na minha vida, pro vestibular do ano passado, mas aconselho a todos vocês a doce peça de três cabeças que ainda escreverei para o Natal desse ano!

Conto gostoso de ler: não costumo gostar de contos, mas a Clarice Lispector escreve uns lindos. (Os Desastres de Sofia, oun!)

Não conseguiu terminar: Quincas Borba. Comecei a ler em véspera de prova de Literatura, fui pra prova pulando montes de capítulos até a última frase e perguntando a todo mundo o que acontecia no final e nunca retomei de onde parei. Exceção!

Está na fila: Um Estranho no Ninho e É Claro que Você Sabe do que Está Falando.

Livro que daria de presente: Luna Clara & Apolo Onze é o que mais dou, estou até aqui com um exemplar esperando um presenteado (quem sabe não é você?), mas sempre depende da pessoa. A Garota das Laranjas também é uma delícia de presentear, assim como O Guia do Mochileiro das Galáxias.

Pérola encontrada nos sebos: A Morte do Almirante, um livro escrito por um clube de escritores de romance policial do qual a Agatha Christie participava! Cada capítulo foi feito por um autor diferente, e no final do livro tem uma solução diferente da morte para cada capítulo, que cada autor escreveu, sem saber das soluções dos outros. Genial!

O que está lendo agora: O Lobo da Estepe, que ganhei de meu pai quando o visitei nas férias.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Toc toc toc

Estava voltando calmamente para casa, dando passadas longas e suspirando.
Pensando no amor.
Uma mulher me aborda:
– Minha filha, minha filha! Você vai pegar essa rua aí à esquerda? Não, não!
– Vou não...
– Oh meu deus, então tudo bem, mas olha, tome cuidado! Acabei de passar ali e um cabra safado tentou agarrar duas garotas, oh meu deus, esse povo que só pensa em coisa ruim, e ele tava de moto! Fique de olho nas motos! Aí elas gritaram e saíram correndo, eu apertei o passo também, sabe-se lá, né. Corre aí!
– Brigada por avisar! Tchau!
É a realidade sempre fazendo questão de realçar que não necessariamente o amor se encaixa na vida.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quantos anos eu tenho mesmo?

Ontem saí de casa de unhas recém-cortadas, dei uma paradinha na rua para admirar minhas mãos, fiquei felicíssima e parti pra segunda-feira. É sempre um alívio cortar as unhas porque eu me machuco com unhas compridas.
Foi só ter pausa para a professora discursar que olhei pra minha mão e notei uma única unha excepcionalmente não-cortada. A do polegar.
Um garoto se recusou a cortá-la pra mim com minha tesoura de papel sem ponta, veio com papo de que tinha trauma de cortar unhas, que quando era criança a mãe ficava puxando ele para a hora de cortar as unhas e ele sofria, fez caretas, aí deixei pra lá.
Falei com outro menino e ele aceitou tão calmamente, pegou minha mão e ficou lá cortando como se fosse a coisa mais normal do mundo. Não, todos os dias alguma garota me pede para cortar a unha do polegar dela. Eu só me justificando e ele lá, cortando. Fez até questão de puxar minha pele e cortar os cantinhos.
Aí já viu né, me apaixonei.

sábado, 29 de agosto de 2009

Uma grande descoberta

Desde sempre eu admiro a amizade entre garotos, todos aqueles cumprimentos engraçados de bater a mão (que eu me esforço pra fazer por achar o máximo mas que nunca saem naturais), as gírias para se referir um ao outro sem dar importância a nomes, o eterno clima à vontade.
Nunca consegui entender o motivo, e agora, numa turma com apenas 3 garotas, estou é desaprendendo a fazer amizades femininas. Me sinto falsa e mascarada quando tento dar um oi legal. Ou então fica a eterna ansiedade e o eterno nervosismo, de pensar em coisas pra falar e dar risadinhas.
Quando foi anteontem, escovando os dentes na faculdade, tive o meu estalo: a diferença entre meninos e meninas, além da pélvis e da idade mental, é a ida ao banheiro. Aham.
Cada garota tem seu box, aonde faz sua higiene às escuras e depois vai lavar as mãos falando aos cotovelos.
Cada garoto, porém, tem seu mictório, que fica numa fileira de mictórios, e ele é obrigado a dividir um momento que poderia ter sido íntimo se ele não fosse obrigado a dividi-lo com uma fileira de mictórios. E enquanto ele tá lá, sempre rola uma conversinha sobre isso ou sobre aquilo, porque é óbvio que ele não vai ficar só encarando a parede, ô coisa triste.
– Ah, mas eu converso de dentro do box com os meus amigos, ué. Meninas podem fazer isso.
– Quê? Você faz xixi no sanitário? Cadê a felicidade masculina de fazer xixi em público e ao ar livre?
– Os mictórios sempre tão lotados.
– Isso aí, eu também sempre vou pro box.
Fazer xixi em pé e num muro deve ser bom, libertador e certamente incentivador da extroversão, então quem liga se meus amigos tentaram invalidar a minha teoria.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Três desejos

Ainda curso Engenharia Elétrica, as Artes Visuais (que nunca foram plásticas) tão indo nas segundas, e sextas à noite tenho encontro marcado com o teatro.
As exatas vão no desestímulo de sempre, na preguiça das provas, nos professores ruins e faltosos. Mas no geral estou indo bem no curso, ou pelo menos bem o suficiente para poder relaxar e não tratar tudo com uma grande obrigação mal-vinda. Virou rotina e até parece que estou no colégio de novo.
As artes estão lindas, lindas. Fiz roteiros de HQs para desenhar e pôr aqui sobre essa nova faculdade, mas as últimas semanas têm sido tão fatigantes e é tanta coisa pra fazer e para me divertir que nem tenho tempo de dar aquela relaxada que eu dou antes de partir pra poesia. Infelizmente, por problemas de laboratórios e das minhas 20 horas semanais como bolsista, só tô tendo tempo para um único dia de aula. Escolhi segunda-feira, Desenho de Observação. Observação de 20 e de 2 minutos! A professora coloca coisas na mesa e nos pomos a desenhar. Não são lá as coisas mais interessantes do mundo, mas tem toda uma trilha sonora e um limite de tempo que transformam o processo em brincadeira. Primeiro ela pede um desenho em 20 minutos, depois em 2, aí em 1! Nem sempre dá tempo de terminar, e o jeito é deixar lá, inacabado. A melhor parte é quando ela para a música, como quem diz: ESTÁTUA! Um garoto comentou que eu faria a maior festa no programa da Xuxa.
O teatro é outra diversão completa. Fui a um total de quatro aulas de duas horas cada até agora. Fizemos umas dinâmicas de voz, de corpo, de movimento, uma brincadeira de telefone sem fio com atuação em vez de frases, tudo muito genial e novo para mim. Me encantei!
Hoje a professora deu uma ideia e pediu que cada um criasse uma cena própria, para depois apresentarmos ao grupo, discutirmos e aprimorarmos. A ideia-base foi a mesma para todos: o ganhar de um presente. Eu pensei numa garota que estava à espera de um grande pacote pelo correio. Ela ficava à janela esperando um tempão o caminhão, depois saía nas carreiras, aguardava impaciente o carteiro, levava o pacote para casa aos pulos, punha no chão e depois ficava só encarando. Sem abrir. Foi muito divertido, eu fiquei toda nervosinha, e depois, na hora de trabalhar a cena, pensamos em tantas coisas para deixar os acontecimentos cada vez mais claros que, quando eu olhava a placa SEDEX chegando rapidinho na minha casa, comentaram:
– Caramba, deu para ver o caminhão daqui!
– Sim, eu tô sentindo até a fumaça!
Foi incrível! E a tarefa de casa é trabalhar e lapidar a cena ainda mais, só uma meia horinha, e voltar com algo fresquinho na aula que vem.
Só que para mim não vai ter aula que vem. A engenharia exige dedicação integral de mim, e minhas sextas de setembro acabaram sendo alugadas. Dava para dar um jeitinho brasileiro, mas eu já defini minhas prioridades e, infelizmente, sei que é a decisão certa a tomar. Em outubro estou de volta, até lá fico só no gostinho.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Coisas que eu faço na faculdade

Tico tico no fubáHoje ia ter prova e fizemos um mutirão para estudar tudo de última hora, como sempre. Aconteceu de o professor não aparecer, como já aconteceu semana passada, quando na verdade deveríamos ter tido a prova que também não tivemos hoje.
Eu sei que por algum motivo eu tava com essa expressão, tico tico no fubá, na cabeça, e queria porque queria inventar uma música com ela. Não sabia o que significava, descobri, esqueci, e depois saiu essa musiquinha totalmente espontânea e coesa! Na aula de Química nasceu Almoço, um rockzinho cheio de estrofes sobre o dia de hoje, cheio de aventuras, como a perda da minha carteirinha a caminho do almoço, um grande desespero, pessoas engraçadas, muitas fofocas e, por fim, um encontro inesperado com uma moça que por acaso tinha sido indagada se conhecia uma Janaína que tinha perdido a carteirinha de estudante. Bingo!

sábado, 22 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Rosa e as gatas

O meu problema com a relação entre Rosa e as gatas é ciúmes pros dois lados.
Só eu posso amar as gatas de um jeito verdadeiro e doce, e, para me convencer de que só eu de fato amo as gatas de um jeito verdadeiro e doce, passo o tempo todo tentando ver malícia nas interações de Rosa com as bebês. E toda vez que eu a vejo dar risos sinceros, passo o resto do dia de mau humor.
Por que é que ela nunca disse palavras doces pra mim? Nem me abraçou. Quando voltei de Salvador e por acaso me peguei dando o maior abraço nela fiquei super chocada com a espontaneidade que o momento teve. Nem sei se já tínhamos nos abraçado antes.
E ainda me lembro do dia em que, aos 8 aninhos, voltei para casa apoiada nas amigas do prédio chorando horrores e dizendo que um menino tinha me enforcado. Rosa abriu a porta, nos olhou com a maior raiva contida por provavelmente termos interrompido a novela dela e disse Ora, dê o troco! para depois fechar a porta.
Engraçado que ano passado, num desses almoços no self-service mais próximo do colégio, uma amiga me repreendeu por só falar coisas ruins de Rosa, e contou que na vez em que telefonou aqui pra casa e não fui eu quem atendeu, Rosa foi um amor com ela. Claro que ela é muito mais do que as amarguras que eu conto, mas é o ressentimento que mais marca nossa relação.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Uma boa noite para todos

William BonnerPor que é que o Bonner sempre tem que fazer uma cara de surpresa ou dar uma boa respirada quando acaba um quadro e volta pra ele? Fica parecendo que ele saiu de um transe, que estava assistindo à reportagem mas não conseguiu prestar atenção e acabou dormindo de leve, só pra então acordar de supetão e poder focar a atenção nas falas dele.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Engenharia Visual

PostSecretEsse mês comecei uma vida dupla, parte desumana, parte inexata. É exatamente tudo o que eu queria, conciliar meus gostos contrastantes, a arte e a matemática, mas, sem surpresas, na prática tem se mostrado um tanto desgastante.
Acordo cedinho para ir prum lado da cidade, saio antes da aula terminar para pegar um desses ônibus que só passam de meia em meia hora, chego atrasada aonde quer que eu esteja indo, mato mais de meia hora da aula jogando conversa fora. Nem exercitar e descansar (sim, ao mesmo tempo!) meus neurônios com cartas eu posso mais, já que foi proibido no campus. (Graças ao pessoal do pôquer e seus gritos de ganhos e de perdas que atravessavam paredes e janelas.)
Apesar de ser exatamente tudo o que eu queria, semana passada foi um tempo de adaptação e de dúvida, de cogitar desistir de uma metade minha, coisa louca de quem acha que devia querer morar embaixo da ponte. Só que eu não estou estudando pra ser engenheira apenas para ter confiança no futuro, tem toda uma razão que eu já estou desgastada de contar. E também tem o fato de eu achar a arte fútil. Eu gosto de ler, gosto de desenhar, gosto de apreciar imagens e momentos, sinto que tudo isso faz minha alma ficar mais ampla e bonita, mas o que isso faz com a realidade da minha cidade?
Ao mesmo tempo eu me sinto pra trás em relação a todas aquelas pessoas que estão estudando arte, que não precisam de máquina fotográfica pra registrar um momento, que pincelam, que grafitam, que superam o estado de amador, sem deixar de amar a arte. E me sinto mal, por querer tanto, ser tão ambiciosa em vez de aceitar que eu já estou pra lá de bem em um bando de sentidos.
Estou muito confusa, mamãe viaja e eu mal paro em casa. É bom porque não tenho tempo para me entediar, mas também fico ocupada demais para me inspirar e fazer arte.

domingo, 9 de agosto de 2009

Já contei essa tantas vezes

Estava lá no ônibus voltando de algum lugar qualquer, sentada confortavelmente numa cadeira com a bolsa no colo. A lotação tinia, e, quando uma moça apareceu ao lado com várias sacolas, prontamente me ofereci para segurá-las.
– Quer que eu fique com isso?
– Ah, sim, por favor!
– Não, que é isso.
Quando me virei pra moça para dar um sorriso adorável, ela estava olhando para algum lugar no fim do ônibus através da maré de pessoas, até de repente gritar:
– Fulana, me dá aí as tuas coisas que a menina aqui vai segurar!
Ops.

Semana sintônica

Essa semana eu revi totalmente por acaso:
1) Melhor amiguinha da alfabetização que não via desde então.
2) Garoto que estudou comigo até a oitava série e não via desde então.
3) Dupla de irmãos que morou no mesmo condomínio que eu até os 10 anos e não via desde que me mudei.
4) Professor de Português que não via desde que ele saiu do colégio, no Ensino Fundamental.

domingo, 2 de agosto de 2009

Se não for devagar que ao menos seja eterno assim

AMO MÓVEIS OH MEU DEUSNem sei por onde começar, ah meu deus, tanta coisa pra falar acumulada, tanta informação, aaaahhhh! Vamos ver, vamos ver, estou levemente elétrica e (oh! 18:18!) agitada, mas vou tentar me acalmar o suficiente para pensar num segundo parágrafo mais coeso!
Fui ao show mais incrível que eu poderia jamais esperar. Foi incrível, sei lá, incrível. Pulei tanto, dancei tanto, nem sabia que eu era capaz de tanta animação, de tanta extroversão pública! Mas lá tudo o que importava era a música genial e eu que não conseguia parar de me mover, de me encantar, nem conseguia me tocar de que uma hora aquilo ia acabar e que existe uma realidade me esperando depois daquela fantasia. Mas eles tocaram Adeus, acabou, e só restou a lembrança e umas canelas extremamente doloridas dos pulos que eu não conseguia parar de dar mesmo que quase não conseguisse dá-los.
Isso foi dia 31, mas dia 31 também foi especial por outros motivos, aniversário de Harry Potter e de uma fulaninha companheira muy adorável! Não tinha como esquecer, inclusive porque meu segundo contato com Móveis Coloniais de Acaju, a incrível (só conheço esse adjetivo!) banda do incrível (e continuo insistindo nele!) show, foi através dela. E é engraçado que, quando primeiro conheci o blog dela, não dei muita atenção, mas de repente estava fazendo uns comentários tão gigantescos e espontâneos que, ei!, tem algo especial aqui! Agora é umas das minhas leituras favoritas.
Juntei essas duas imensas alegrias e fiz um desenho tentando sintetizar (e não conseguindo, naturalmente) o meu imenso prazer com uma amizade e com algumas horas bastante especiais e envolventes. Sempre quis fazer esses desenhos malucos de multidão e, tchans, olha aí um desenho que veio todo natural! Identifiquem aí eu, minha amiga amor que me acompanhou, dona Luisa e até, OH!, o Wally. Sem contar com alguns integrantes do grupo (não fiz o baterista que faz aniversário no mesmo dia que eu!!!), destaque para André Gonzales todo dançante! Eu mesma não me acreditava capaz de dançar tanto, mas, ai meu deus, agora não tenho conseguido parar de ouvir os CDs e relembrar todos os momentos lindos e como o vocalista é lindo e como agora tenho uma foto linda com ele, etc, etc, AAAHHH! Eu sei, eu tenho o hábito de exagerar todas as minhas impressões, mas, MEU DEUS, que show foi esse!!!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Intervalo de itinerário

IndexedVoltei do Crato, só tive tempo de assistir Harry Potter e o Enigma do Príncipe e fazer minha matrícula no curso de inglês, e logo viajei para Salvador! Voltei ontem, hoje fiz minha matrícula no IFCE para Artes Plásticas, quinta e sexta já tenho uns programinhas e sábado viajo pro Rio de Janeiro.
Comecei um caderninho de viagem, tenho procrastinado bastante, mas acho que ainda sai!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Say cheeeeeese

Ana, Alain e MateusOutro dia não tinha muito o que fazer, então fui garimpar minhas fotos e separei as mais bonitinhas e cheias de memórias (a maioria) para revelar. Botei tudo num pendrive de 2 GB, porque a coisa ia além do de 1 GB, e levei à Abafilm. Cheguei lá tão sorridente, toda ansiosa pelos infinitos pacotes que eu sairia carregando dali, o suficiente para caber 1713 fotos, seis anos de lembranças, 770 reais.
Não rolou, né, não ganho bolsa ainda, mamãe é servidora pública humilde, não tenho planos de me endividar nessas coisas parceladas no cartão. Assim, me contive com dois aninhos e 83 reais. Foi o jeito.
2004 e 2005 foram anos meio difíceis e vergonhosos, e grande parte das fotos ainda me fazem fazer uma careta de meu-passado-me-condena, mas um dia, ah, um dia eu ainda vou sorrir um sorriso não-amarelo.
Também houve bons momentos de lembranças cor-de-rosa e nostálgicas, meu aniversário de 14 anos, da foto aí, foi um, primos se matando arrancando lençol da cama enquanto amiga lia mangá docemente, toda sentadinha bonitinha. O apê estava um inferno, não tinha refri, a água se acabou em pouco tempo, e o suor estava tão tremendo que fomos todos com copos pedir água no vizinho. Não contamos do nosso Saara, claro, inventamos uma versão romantizada sobre um gincana de aniversário onde a atual tarefa era arrecadar alimentos, protagonizada por um Rodrigo cara-de-pau (segundo minha prima Luna) e tímido (segundo eu mesma) da equipe rival que não conseguiria arrecadar queijo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Bilhetinho Azul

Doce HQ, corra para ver!Peguei o ânimo e fiz mais, dessa vez de uma linda música do Barão Vermelho. Acho-a particularmente amor, e fiquei com vontade de desenhá-la desde que ouvi pela primeira vez. Ao contrário de muito recentemente que venho estando bem insatisfeita com tudo que faço, dessa vez fiquei felizinha!
Vou viajar já já pro interior, ficar uns dias com amiguinha, mas tudo isso só depois de longas sete horas enfurnada num ônibus. Pior é que nem tenho leituras felizes para me distrair, me proibi de comprar livros novos há um tempinho... (Decidi ler todos os livros empacados! A maior chatice.)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Repentinos e assustadores

Historinha sobre sustosE a crise existencial me fez uma visitinha ontem como não fazia há um tempinho. É tão esquisito, ano passado eram tantos momentos dramáticos na minha vida, e agora eu tinha enfim estabilizado... Até ser confrontada pelas minhas limitações de sempre que sempre me incomodaram tanto. E aí as dúvidas. Mas eu não posso fazer nada, porque é o tipo de limitação que já incrustou na minha alma, de que há tanto tempo venho tentando me livrar, e, mesmo após momentos de desaparição, volta para dar as caras. Só para provar que vai estar sempre por perto, na beira da esquina.
Fazia um tempinho que não desenhava também, e hoje decidi dar um basta na estagnação. Cabelo esquisitíssimo no terceiro quadrinho e bolsa pendurada no pescoço no primeiro, mas enfim.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Blablablarte

Sábado acompanhei mamãe, após um programa meu, a um programa dela, na realidade o programa da família de uma amiga dela que gentilmente a convidou.
O programa era uma reunião de parentes distantes, parecia mais um grande sarau e me divertiu de um jeito muito especial. Todos os familiares eram artistas, assim ou assado, cantavam, tocavam, faziam poesia. E cada um tinha alguma coisa sua para mostrar nesse encontro altamente carinhoso.
Quando eu cheguei, havia duas moças e dois rapazes no palco, cantando músicas dos Beatles sem nenhum instrumento, só com o balançar das cordas vocais, e mesmo assim a melodia era tão incrivelmente completa e encantadora, não consegui parar de sorrir. E quando um genro tocou trompete para substituir os vocais de Imagine, acompanhado de violão, cavaquinho e percussão? Um dos patriarcas não pode evitar falar, entre um sorriso e sorriso, como isso o ajudou a ser bem aceito na família. Ou quando as crianças foram cantar Bebete Vãobora e foi uma coisa tão pauleira que rolaram altas dúvidas sobre a capacidade da pobre filmadora de aguentar aquilo?
O bom humor e a arte me contagiaram de tal modo que terminei de pensar o roteiro da peça para o Natal desse ano e já bolei três títulos provisórios. Só que os três ficaram tão legais que pelo que eu tô vendo vão se aguentar até o final. O primeiro em que pensei foi O coveiro, a doceira, o menino e o rato, porque eu amo fórmulas feitas e amo histórias óbvias, com suspenses óbvios e narrações intencionalmente tensas, quando se faz direito, claro. Depois tive a ideia de Como a cesariana se aplica a crianças, dar um pouco de mistério e poucos dados da história. Por fim, O engolidor de espadas, que é mais épico. Mamãe ouviu os três títulos e disse que não conseguia de jeito nenhum imaginar a história. Achei isso o máximo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sem comentários

Hoje, passeando com grupo pelo campus, por acaso encontrei, mas veja só!, carinha do ônibus de anteontem e de ontem!
Eu e amiga que estava no ônibus comigo passamos rindo sem fazer barulho, aos cochichos, totalmente nem um pouco discretas, e depois que não conseguimos fazer o que íamos fazer voltamos pelo mesmo caminho. Eu fiquei de dizer “Gato Preto?”, interna que ele certamente entederia, e então tudo daria certo.
Viramos a esquina.
Ele olhou.
Abri minha boca bem aberta, com uma grande cara de surpresa e uma expressão que parecia dizer: Gato Preto?
Ele desolhou.
Fim.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sintonias & fixações

Quando eu ainda tinha aula de inglês (puxa, puxa, estou de férias, estou de férias!) e ainda me preocupava com horário, ou seja, me incomodava de chegar mais cedo na parada de ônibus para pegar linha decente, acontecia de eu ver muitos, muitos aviões.
Numa ida de manhã, eu via três. Na ida pra faculdade à tarde, mais dois, mais três. Houve dia em que cheguei a contar assim nove, e mais um helicóptero!
Mas toda essa obsessão é por causa de uma história que eu li, que um passarinho assobiou no meu ouvido, de que se você ver dez aviões num único dia, você tem direito a um desejo. Um único e belo desejo, que acontece – é claro.
Acontece que eu sou toda doida por tudo que tem a ver com desejos. Dente-de-leão? Sempre soprei e fiz pedido. Velinhas de aniversário, sussuros antes de dormir, poço de desejos, adoro tudo isso. Fiquei sabendo dos aviões e me pus a contar. Nunca consegui, nunca tive meu desejo.
Contei a amigo da faculdade, ele soltou:
– Eu vejo muitos aviões todos os dias. Eu moro na Aerolândia.
E também tem toda a história de ver hora repetida, números iguais, 12:12, 04:04? Que significa que tem alguém pensando em você. Alguém apaixonado por você. (Parte claramente modificada para se encaixar nos meus interesses.)
Pronto, outra coisa que me viciou. E viciou num vício totalmente indiferente e casual, já que a hora não vale se for intencional, se ficar esperando, etc, tem que olhar pro relógio e PUF. Na faculdade eu via várias e várias vezes numa tarde, numa semana, e galera toda crente de que eu trapaceava (não!). Não trapaceava, descobri trama, e nem sei mais se quero ver essa hora especial, hm. A não ser que seja alma gêmea do ônibus, que conversou comigo sobre Edgar Allan Poe e foi total besta com suas histórias de como o conto tinha toda uma explicação profunda e filosófica sobre vida e morte que ele infelizmente não se lembrava mas certamente existia! Hoje até o vi de relance, mas neca de conversa.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Goiabada com queijo

Um dia eu terei o meu momento dessesDepois de um tempão me segurando, não deu, fiz um Tumblr. Acabei passando o dia vendo coisa bonita e agora mal consigo escolher uma imagem só para ilustrar aqui.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Esse meu gosto musical definido pela nostalgia

Houve essa época em que eu morria de medo de ouvir a mesma música várias vezes, de rever e ver mais uma vez um mesmo filme, e, de repente, ver a magia se esvair.
Eu ia gostando de uma coisa aos pouquinhos, poupando sempre para o futuro.
Um dia, cansada dos limites, me entreguei ao replay eterno. Hoje, muitas músicas são dignas do meu replay, porque eu simplesmente estou com preguiça demais para achar uma música que me encante de verdade, e deixo uma meia-boca tocando e tocando, é só apertar um botãozinho mesmo.
De vez em quando, então, preciso me lembrar de que, ei, querida, dá para apreciar uma música bem mais do que você tá apreciando, e coloco para tocar aquelas músicas que já estiveram no replay em algum passado remoto para sorrir de nostalgia.

sábado, 13 de junho de 2009

As recentes vitórias

Agora que não vou mais ofuscar o aniversário de alguém, notícias do meu mundo!
Ontem descobri que passei sim para Artes Plásticas, e em primeiro lugar, er. 37 questões certas em 60, não é pra ninguém não! (Cofcofcof.) Mas é só a primeira fase, relaxem! Amanhã tem mais.
E ontem, também, fui à minha muito primeira entrevista. Foi um terrorzinho! Fiquei nervosinha e falando rápido, e tendo longos silêncios pensando sobre como responder ao que me perguntavam, hm. Bom, pelo menos os adultos que me entrevistaram numa mesa redonda um tanto intimidadora deram algumas várias risadinhas e pareceram me achar carismática, sei lá. Me perguntaram sobre os meus hobbies, se planejava voltar com o saxofone, como ia me sentir sendo a única menina do programa, com mais 11 meninos, caso eu passasse, e etc, etc. No fim, passei, passei, passei! A partir de agosto eu começo oficialmente, e vou ganhar uma bolsa de 300 reais (oi, a parte mais importante?), hoho! Já tenho que retomar uma lista um tanto velha das coisas que eu devo fazer com o meu primeiro salário (não te darei ouvidos, mamãe!), mas de qualquer jeito já prometi à tchurma uma rodada paga pra tooodo mundo no Parquelândia Grill, o restaurante mais psicodélico do caminho do nosso ônibus, que tem parede vermelha e amarela, cadeiras verdes e um espelho muito, muito louco.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Nem é pelo dia dos namorados!

HQ para Irena E sim pelo aniversário de doce, doce Irena! Nem tive muita opção em fazer um presentinho ou deixar pra lá (que opção mais abominável, de qualquer maneira!), já que, bom, ela fez uma montagem total amor para mim, e eu sou uma garota de vergonha e integridade. Peguei então I Thought I Saw Your Face Today, cookies, papel e tinta. Simples! (Só que sem os cookies, e sem o trocadilho infame, muito felizmente.)
A primeira versão eu meio que total odiei, aí tentei dar uma renovada no visual, e, hm, passei a odiar menos! Mas, bom, é um presente de coração, e é realmente isso que importa nos dias de hoje, não o tamanho do seu ovo de Páscoa, não o dinheiro que você tem no bolso de trás, e sim o tamanho do seu amor que você tem para dar! (Desculpinhaesfarrapadasocorro!) Um diálogo para dar mais leveza:
jana diz:
*ai... eu queria tentar um estilo mais à paisana
*tipo "desenhei isso às pressas mas veja como ainda ficou maravilhoso"
*só que não ficou maravilhoso
gaba diz:
*hahaha bela definição
*deve ter ficado sim...não se subestime
*e de qualquer maneira, é de coração!
E, não sei, estou meio agitada agora e sinto que tudo o que eu digitar vai sair meio na correria, na verdade nem sei o que digitar, ai! Maaaas... FELIZ ANIVERSÁRIO! (Já tava na hora do bordão.) Tudo de mais, tudo de tudo o que você quiser, vai do gosto do freguês – que hoje é você e só você (apesar de os outdoors e propagandas tentarem te desacreditar), e espero que tenha aproveitando bastante o seu dia, e que tenha planos de aproveitar bastante a sua vida, because love is just a piece of time in the world, and I know you somehow see what's beautiful in things that are ephemeral. Uuuuhhhh!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Uma aventura de deficientes e desaparições 1/4

1/4Fiz isso há taaanto tempo, mas só terminei de colorir agora, ops. Tem mais três páginas, que concluem a história marromeno... Quando eu vou publicá-las, fica o mistério! (Assim como o que aconteceu com a menina, oh!)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nitrado de preto

Ontem teve laboratório de Química e, pra variar, as melhores coisas acontecem por lá. Primeiro, a professora é a melhor que nós temos (e a única mulher!), não exatamente por ela ser uau ou incrível, mas pelo péssimo nível dos outros. Segundo, bom, laboratório, jalecos, reações químicas, corações, tudo é muito maravilhoso!
Outro dia fomos jogar forca no quadro negro (enquanto o papel de filtro secava na estufa) e notamos uns poeminhas muito bizarrinhos e pseudos. Morrendo de rir e, para zoar e completar a onda, escrevi o clássico do Drummond:
S T O P
a vida parou
ou será que foi o automóvel?
Voltamos à prática e, depois de um tempo, acabei passando do lado do quadro negro de novo, e um menino que também estava de passagem comentou comigo:
– Caramba, hein, altas filosofias no quadro!
(Eu ri.)
– Principalmente esse aqui, viu, profundo – e apontou pro que eu tinha escrito. Quê.
Aí ontem fomos trabalhar com AgNO3 e eu me lembrei de um laboratório anterior em que o monitor falou para termos cuidado com a substância porque ela manchava a pele. É claro que eu tive uma imensa vontade de despejar de propósito na mão pra ver como ficava, é claro que todos me acharam sem-noção, mas eu acabei me esquecendo na época e só fui fazer ontem, com algumas gotinhas, na digital do dedo indicador. O líquido é transparente, e na hora eu não percebi nada, não senti nada, mas quando saímos do laboratório e meu dedo começou a ficar exposto ao sol, bom, ele começou a empretar. Ficou pretão uma hora, ou melhor, marronzão, e parecia que eu estava toda lambuzada de chocolate! Impregnou na unha também, e hoje, apesar de ter saído a negritude da minha digital, tá parecendo que eu brinquei na areia e esqueci de lavar embaixo das unhas. Já estou com saudades!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Valeuzão, destino

Hoje voltando do Inglês dei 5 reais à trocadora do ônibus e me concentrei no bolso do short atrás dos 30 centavos para facilitar o troco. Procurei, por acaso achei mais 50 e entreguei para ela com um sorriso: Ó, vou facilitar o seu troco mais ainda!
Nos distraímos um pouquinho nisso e então ela teve que me perguntar:
– Você me deu uma nota de 2, foi?
– Hã?
– Você me deu uma nota de 2?
Aí eu disse:
– Foi – acompanhando com outro sorriso.
A um quarteirão do meu prédio, o estalo: mas eu dei 5 reais para a mulher!
E foi assim que eu perdi três reais.
Para compensar, roubei um bombom na xerox da Biologia, e vou continuar na marginalidade até recuperar minha grana. (Só falta mais 2,95!)

domingo, 31 de maio de 2009

Money no bolso, é tudo o que eu quero

Um dia, voltando da faculdade de ônibus, aconteceu de o trocador me dar troco a mais, me deu dinheiro como se eu estivesse pagando meia passagem, sendo que eu já perdi a carteirinha de estudante há uns bons meses.
No dia seguinte, indo para a faculdade, meti a mão no bolso e não achei os meus 2 reais. É claro que eu congelei, porque eu tinha pegado aquela cédula com mamãe justamente porque não achava que entre as minhas moedas haveria 1,80 pra passagem, e, ah, meu deus, vai começar tudo de novo?!, aquela simpatia de uma figa, poxa, eu tinha confiado nela! Coloquei a mão de novo, aqui, acolá, o trocador me olhando, eu considerando as minhas opções, e a van ainda sem sair do lugar.
De repente, vindo da luz, de um milagre, do céu, do paraíso, um homem aparece na porta!
– Moça, você derrubou o seu dinheiro, ó! – e me entrega uma nota um tanto sujinha de poça d'água. Eu fiquei embasbacada, e o trocador ainda acrescentou antes de o motorista dar a partida:
– Nunca que ia achar o dinheiro no bolso, hein!
Foi minha recompensa por ter sido uma pessoinha adorável e devolvido o dinheiro ao trocador no dia anterior. (Olha, rimou!)
Essa semana, de novo, não sei qual dia, ainda voltando da faculdade, o moço me deu 1 real a mais. Devolvi, e estou aqui lembrando a minha boa ação de volta, por favor, destino, não se esqueça de mim!

sábado, 30 de maio de 2009

O Som e a Fúria

23. Em 1931, William Faulkner escreveu The Sound and the Fury, um clássico da literatura norte-americana. O excerto abaixo é parte da introdução, escrita por Richard Hughes, à edição do romance publicada pela Penguin Books, em 1971.
THERE is a story told of a celebrated Russian dancer, who was asked by someone what she meant by a certain dance. She answered with some exasperation, “If I could say it in so many words, do you think I should take the very great trouble of dancing it?”

It is an important story, because it is the valid explanation of obscurity in art. A method involving apparent obscurity is surely justified when it is the clearest, the simplest method of saying in full what the writer has to say.

This is the case of
The Sound and the Fury. I shall not attempt to give it a summary or an explanation of it: for if I could say in three pages what takes Mr. Faulkner three hundred there would obviously be no need for the book. All I propose to do is to offer a few introductory comments to encourage the reader.
a) Segundo Hughes, em que circunstâncias a suposta obscuridade de uma obra de arte se justifica?

b) Que razão apresenta Hughes para não resumir nem explicar
The Sound and The Fury?

Taí onde eu li aquilo. Prova de inglês da Unicamp! Puxa, mas eu nunca que ia adivinhar, ah, muito, muito obrigada doce Daisy!
Agora sabe que eu me decepcionei um pouco? Ainda é lindo e amor, como quando eu li pela primeira vez, mas minha memória tinha polido e enfeitado a lembrança com um pouco mais de poesia.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Bem queria que cancelassem aula por chocolate


Sem muita lorota porque nem estou postando do meu computador (já que o teclado dele decidiu simplesmente não funcionar, e eu até tentei usar o teclado virtual, mas desisti no “lorota”) e ainda quero ver se consigo ir na locadora: ontem estava toda tristonha na cama sem conseguir dormir, remoendo mágoas, quando decido ir para a TV ver se faço minha cabeça pensar em outra coisa (o que deu certo, se não se incomodam em saber o final da história!).
Liguei o aparelho, fiquei mudando de canal em canal atrás de algo interessante, até que vejo um filme bonitinho com ares de Europa e amor. Era A Fantástica Fábrica de Chocolate (não sei se tem ou não amor porque não vi até o final, NÃO ME CONTEM, não estou ouvindooo, lerolerolero), a versão antiga mesmo, porque a nova já vi várias vezes e enjoei. (Tá, eu não acho que tenha amor, é um filme infantil, nem todos têm paixonites precoces.)
Não peguei do exato começo, só um pouquinho antes dessa cena aí em cima, mas minha atenção ficou presa rapidinho e foram quase duas horas grudada na TV – o que, infelizmente, não garante que eu tenha visto o filme até o fim, já que, para cada 7 minutos de Willy Wonka, tinha um de propaganda.
O ponto é: esse filme é incrivelmente bom, oh, deus. Agora sim eu entendo porque a versão do Tim Burton foi tão má quotada pela crítica, ela não tem nem um pouco do humor bobamente idiota (e lindamente engraçado!) da versão de 71. Puxa, me apaixonei.
Outro ponto é: por que eu só estou vendo esse filme agora? Oi, teria sido o filme da minha infância, e eu provavelmente não teria rido de metade das coisas de que eu ri ontem, então cada vez que eu revesse o filme descobriria mais coisas engraçadas, e, aahh, toda uma série de risadas escandalosas perdidas.
Na aula de Desenho (nem se exaltem, eu basicamente faço linhas e círculos no computador), não resisti: abri o YouTube e fui procurar as cenas de que mais ri, só para mostrar para todo mundo que estivesse disposto a ver e rir comigo. Não riram tanto, ou acabaram rindo de mim, e uma pessoa especialmente desagradável até teve o desgosto de dizer que não teve graça (morra!), mas eu ri até no ônibus, na volta pra casa. Tão bom.
Melhores partes dessa parte:
3) “Class dismissed! ...Class undismissed... Class redismissed!” (Por volta de 1:03.)
2) Repórter de chifres, muito, muito, muito bom, hihihih! (Pulem para 3:02!)
1) O melhor, o impagável, o que de fato me fez rir o dia inteiro, ahhh, nem vou contar pra vocês, vejam por si mesmos em 3:45 e adiante, a doce postura de Mr Gloop frente ao achado do filho, totalmente digna de aparecer na televisão, medalha de ouro.

P.S.: Puxa, eu acabei lorotando que só, né? Mas filme está a caminho graças a motoboy, ê!
P.P.S.: Não me julguem por nunca ter visto esse filme, ah, por favor, já basta galerinha da faculdade imitando o meu jeito de andar e fazendo analogias totalmente desnecessárias que eu não vou repetir. Sério, daqui a pouco eu vou poder chamar de bullying!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Só pra postar mesmo

Ano passado eu via a faculdade como minha redenção dos estudos. Tchau, expectativas, tchau, vestibular, tchau, pressão! Uma galerinha do mal por aí me assustou dizendo que nããão, que era muito pior, pior de um jeito bom, mas piooorr, tenha medo, tenha muito medo!
Aí eu me assustei. Essa não é a vida que eu quero!
Acabou que está sendo do jeito que eu queria, não pé ante pé, mas bem parecidinho, tipo joelho e cotovelo. É conversa pra lá, conversa pra cá, chego atrasada nas aulas, estudo em cima da hora, jogo Uno feito condenada, rio, rio. É tão bom!
E, sei lá, só pra anunciar minha felicidade. Deixo vocês então com uma imagem e uma dúvida da minha infância: Uma gueixa no metrô Qual é o contrário de doce: salgado, amargo ou azedo?

domingo, 24 de maio de 2009

Faceta universitária

Fiz a prova de desenho há uma semana e acho que até gostei, caiu Monet, Duchamp e um pintor brasileiro. O resultado, só dia 26.
Mas aí quando foi quinta, fiquei sabendo que exibiriam Pulp Fiction em telão na sexta, na faculdade. Me empolguei, delirei, e topei aparecer por lá por volta do meio-dia, horário do filme. Apareci, mas acabei perdendo o comecinho (logo minha parte favorita, se é que eu me lembro bem!), porque descobri que teria reunião de um programa de bolsas e fiquei na dúvida se devia ficar com o filme ou com um futuro profissional de vergonha. Fiquei com o filme, mas foi só dar meia hora que, clic, a energia caiu e o filme foi, naturalmente, cancelado.
Fui então pra reunião do tal programa e, apesar de ter perdido a apresentação básica deles, foi tão, tão legal, que eu tenho considerado seriamente ficar com 300 reais mensais em vez da faculdade de Artes Plásticas. Por que, claro, não são só 300 reais mensais, tem toda uma ideia bacana e ações bacanas que eu infelizmente não posso exemplificar porque perdi os trinta minutos iniciais.
Para variar, tem uma prova de entrada, e eu tenho que fazer currículo, carta de motivação, e até dar uma entrevista. Doideira!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Uma figura e suas mais de mil palavras

Foi no prefácio do livro de um poeta. Eu não lembro se estava interessada no autor do livro ou no do prefácio, mas acho que era no do livro, porque ele me lembra grama, brisa e verão.
O autor do prefácio contava uma história: certa vez, após a apresentação de um balé (russo?) famoso, um repórter foi nos camarins e entrevistou a bailarina principal, perguntando o significado da dança.
Ela respondeu:
– Meu caro, se eu fosse capaz de dizê-lo em palavras, não teria tido todo o trabalho de dançar.
Ou algo assim, faz tanto tempo! Tudo muito bonito, tudo muito poético.
Então o autor do prefácio continuava que não havia como escrever um prefácio para um livro tão maravilhoso como aquele, que não fazia sentido tentar explicá-lo e falar sobre ele em pouquíssimas páginas quando o verdadeiro autor levou centenas. O jeito, assim, é começar a ler de uma vez.
Achei lindo.
Escrevi isso no meu caderninho que fica do lado da cama há um tempão, com umas notinhas embaixo: William Blake? Faulkner? De quando em quando faço pesquisas aqui e acolá, mas me canso tão fácil da falta de respostas que até parece que eu gosto do cheiro de mistério no ar.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Happy-go-loving

Para vocês saberem que eu posso ser eficiente quando quero, rá!
Fiquei tão triste, um parquinho de diversões Happy-go-lucky (daqueles bem simples, que tem um carrossel de moto, outro não-identificável e um carrinho bate-bate) se instalou numa praça aqui perto, e eu estava toda ansiosa para ir! Perguntei a um moço até quando eles ficariam por lá, ele me respondeu até o dia 13. Como pouca gente ia por lá e tava tudo meio esquisito, decidi só ir no dia 13 mesmo, que é dia de Nossa Senhora de Fátima, e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que também fica perto da minha casa, justo na avenida 13 de Maio, fica lotada.
Hoje de manhã passei pela praça e vi apenas o chão vazio e folhas voando, bem filme de faroeste.

sábado, 9 de maio de 2009

Não quero ficar a ver estrelas

Desenhei ontem, cobri ontem, escaneei ontem e só estou postando hoje Goiabas & provas porque eu realmente não quero parecer uma desesperada com o blog! (Mas eu sou.)
As peças foram tão legais, eu tenho que ir mais ao teatro, sério. Um dia eu fui fazer as contas com mamãe e nós percebemos que só vemos peças duas vezes ao ano, quando vemos. Como eu já vi essas duas, espero que em 2009 seja fácil bater a marca! Por que os efeitos de luz e cor, o figurino diferente e delicado, toda a esperteza dos criadores na maneira de usar o palco para diferentes cenários me encanta completamente! E eu realmente, realmente queria fazer parte dessa arte. Tá, se eu for pensar a fundo, queria fazer parte de tudo, mas teatro é algo que eu nunca nem tentei, então... (Mentira, eu já fiz o papel de mãe revoltada da noiva numa quadrilha de São João, e ainda me lembro dos gritos de aprovação depois de eu me esgoelar com outro personagem. Tenho ou não futuro?)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Uma vez vestibulanda... já sabe

Não resisti, me inscrevi para um vestibular de Artes Plásticas aqui mesmo em Fortaleza! Doideira, né, nem sei se vou estudar alguma coisa, até porque todas as minhas apostilas do ano passado foram pra reciclagem e meus livros de Biologia foram pra doação. Talvez eu pegue num livro de História ou, sei lá, chute tudo numa mesma letra!
Agora dia 17 já é o Teste de Habilidade Específica, que inclui observar uma obra de arte e comentá-la, desenhar um objeto exposto, prova escrita de História da Arte e desenho livre. Desenho livre só me lembra Pokémon, quarta série e canetinhas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Encare os seus bolsos!

Computador pifou loucamente depois de semanas no liga-não-liga, até anteontem quando enfim tomamos atitude e mamãe levou para o conserto. Ontem apareceu um scanner aqui em casa, que por acaso coincidiu com a entrega no meu dez em Cálculo, e hoje, de computador ligado e direito, fui inaugurar!
Só que eu não tenho produzido nada de nada, quer dizer, escrevi uma música em inglês outro dia, com meu inglês pobre e feio, que eu, naturalmente, vou esconder até não poder. Aí escaneei minha cara e as coisas que eu levo no bolso. A ideia é do site Face Your Pockets, que eu acho genial, mas infelizmente ele parece estar fora do ar.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A menina e o fio de cabelo

Princesa da ervilha, créditos para a Lauren Child Quando eu era criança, apesar de não ser grande leitora (a coisa era braba a ponto de meu pai me dar um livro chamado Quem Não Lê Não Vê, que, hm, eu nunca li), havia cinco livros grandes e coloridos que eu particularmente adorava.
Um deles era tipo um atlas, só que de enormes meios de transporte e do que acontece dentro deles. Primeiro aparecia uma grande figura de um navio, depois o navio sem o casco, os andares internos do navio, pessoinhas andando, marinheiros, comandantes, faxineiros, parafusos. Tinha também de avião, de trem, de carro.
A Casinha da Ninoca era outro que eu amava, um livro enorme e grosso que você abria e virava uma casa de três cômodos! Tapetes, papéis de parede, gavetas, roupas, comidinha, setinhas para puxar e transformar o Sol em Lua, a chuva em árvore, tudo em papel e um amorzinho só. Eu adorava admirar todos os detalhes da casa, e, bom, o papel higiênico sempre foi o favorito. (Sem mensagens subliminares, xô!) Tinha também, claro, a Ninoca, uma grande rata que dormia agarrada a um gato de pelúcia.
Para não dizer que eu não lia, o terceiro era um livro da Unicef (e esse eu ainda tenho!), com o perfil de várias crianças do mundo, o nome, a letra, fotos, a comida favorita, seus sonhos, brinquedos, hábitos. É muito colorido e atraente, e as crianças são todas tão lindas!
Os dois últimos são livros de contos de fadas, até que enfim! Um, de Andersen, cheio de figuras dos mais diferentes ilustradores, que eu amava ficar olhando. Não consigo me lembrar de ter lido as histórias (bom, só a do Soldadinho de Chumbo e a do Pato Feio, que eu achava um tanto chata), mas é só abrir e ver de esguelha as imagens que já me vem uma onda de nostalgia. O outro deve ter sido dos irmãos Grimm, porque eu me lembro do rosto da Branca de Neve na página da história dela e de uma figura de Rapunzel que era certamente a minha favorita!
Aí que, para alguém que não gostava de princesas, eu certamente gostava de muitos contos de fadas (ou pelo menos das figuras). E, de uns tempos pra cá, tentando pensar que princesa eu poderia ser, como toda criança faz quando assiste desenho, percebi que eu sou a princesa da história A Princesa e a Ervilha. Sabe, uma menina chega ensopada às portas de um castelo jurando que é uma princesa e pedindo ajuda, aí a rainha a encaminha para um quarto onde a cama tem vinte colchões e uma ervilha embaixo do último, tudo um teste para o sangue real da garota. Quando no dia seguinte ela acorda reclamando que dormiu muito mal (que tipo de princesa é tão rude a ponto de fazer críticas aos anfitriões, né, mas enfim), fica provado que ela é sim uma princesa e se casa com o príncipe encantado.
Eu nunca dormi em cima de mais de um colchão, e nunca acordei com hematomas loucos, mas meu cabelo cai bastante (apesar de eu continuar cabeluda do mesmo jeito) e eu sempre me pego com incômodos esquisitos nas costas, na barriga. Coloco a mão por dentro da blusa e lá está um fio de cabelo!
Mas até agora não achei o meu felizes para sempre.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

French Navy

Semana passada fiquei vários dias ouvindo e reouvindo o último álbum do Camera Obscura, e, apesar de ter chegado à conclusão de que James era minha música favorita, fiquei apaixonada o suficiente pela primeira faixa, a ponto de não conseguir parar de escutá-la.
Aprendi a cantá-la marromeno e de repente me peguei imaginando a história de amor que ela estaria contando. Fui atrás do clipe, mas ele é tão corrido e tão feito apenas de flashes que eu fiquei até tonta.
Peguei um papel e fiz a minha versão. Nada de estúdio, só eu e a caneta nanquim mesmo.
(A letra ficou incompleta, o marinheiro parece só ter um braço e a menina parece bulímica, agora digam algo que eu não sei!)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sou adulta mas ainda desenho bonequinhos!

Acho que já está mais do que na hora de falar como é ser uma garota (moça?) de 18 anos. Bom, em primeiro lugar, eu realmente não sinto nenhuma diferença. E, pela primeira vez em muitos anos, não fiquei completamente transtornada por estar ficando repentinamente um ano mais velha, mais próxima da morte e mais próxima da indiferença que os adultos costumam ter.
(Isso provavelmente tem a ver com o monte de coisas que agora eu posso fazer, mas vamos todos fingir que eu amadureci e aprendi a encarar a vida como algo efêmero, ok?)
Fiz um piquenique despedida de infância no dia 19, véspera do aniversário, e foi tão ótimo! Corrida de sacos, balões e mais balões para encher e estourar, doces e mais doces num balão enorme para furar, Twister, narizes de palhaço e gatos, muitos, muitos gatos. Nem tavam previstos, mas aparentemente a notícia de que ia rolar uma festinha de uma amante de gatos rolou solta no Parque do Cocó e todos quiseram dar as caras (e as doenças!). Eu estava morrendo de medo de não dar certo fazer o piquenique, olhei e olhei a previsão do tempo, tanto é que quando descobri que esse fim de semana ia chover mais do que o anterior, tratei de arranjar tudo às pressas! Tive que cortar a cama elástica e os balões com gás hélio, mas, hm, nada me impede de fazer outra festinha despedida de infância ano que vem, já que eu provavelmente ainda não vou ter conseguido me livrar de toda a minha idiotice... (Disseram que eu sou louca na faculdade, dá pra acreditar? E depois quando estava contando chocada como um menino ficou esquisito quando eu o abordei, todos concordaram que qualquer pessoa ficaria esquisita quando fosse abordada por mim, porque eu não sei abordar os outros normalmente. Quê.) Ah, e sim, esqueci de falar da chuva! Pois é, para evitar qualquer imprevisto, procurei uma simpatia para não chover na internet e achei a adorável “dê três pulinhos e peça a São Pedro para sair de fininho”. Quando vovó comentou, já no aniversário, que provavelmente ia chover, eu disse que certamente que não iria, porque eu tinha procurado uma simpatia na internet e feito cerca de três vezes!
– Simpatia, que simpatia?
– Ah, é dar três pulinhos e pedir a São Pedro pra sair de fininho!
– Não, não, nãão, isso não existe não!
– Hã?
– Você tem é que dizer: “Santa Clara, clareai, Santa Clara, clareai, Santa Clara, clareai”, assim, três vezes.
Eu só consegui pensar no café, mas juntei mais três amigos e fizemos uma roda de corrente positiva e ensolarada, repetindo o mantra até todo mundo acertar junto.
E... pois é. Estou fazendo dezoito anos, uau. Anos nada, anões, porque eu já estou ficando é muito velha! (Sem crises, sem crises!) Ainda não fiz nada só-para-dezoito, porque sou boba e estou tendo um monte de provas e relatórios, mas nem tenho porque me acanhar, tem um motel em frente ao campus só me esperando com meu RG.

P.S.: Essa cidade está ficando louca, é chuva demais, céus! TV não para de chiar, tenho ido de Havaianas para a faculdade (quase que terminava de digitar colégio!) para não escorregar e cair de bunda, e o computador só liga quando dá na telha. Não entendo a incapacidade da energia do campus de faltar para os professores adiarem as provas! Hnf.