quinta-feira, 31 de julho de 2008

Utopia

Passeando de ônibus por aí, topei com um garoto que era a cara do Dexter (de... Dexter!), só não ruivo. É claro que me apaixonei.
Boa parte da viagem fiquei desejando que um carro viesse em alta velocidade na contra-mão e batesse de frente ao ônibus, ou que um meteoro atingisse a porta do terminal e nós tivessemos que ser interrogados pela polícia, e, enfim, que eu e ele tivéssemos algo que nos ligasse.
Ainda estou viva.

sábado, 26 de julho de 2008

O que eu queria ser quando crescer

Eu amo autobiografias. E cada vez que eu leio uma fico com mais vontade de escrever a minha própria, contar minhas aventuras de infância, meus amores, meus medos...
O problema é que minha história vai até a adolescência e pára.
Por enquanto!
Hoje estava pensando sobre episódios bacanas da minha infância e sobre como esses episódios não se interligam numa causa maior, o que é necessário para autobiografias de qualidade, quando me lembrei de que aos 8 anos eu queria ser jornalista. Eu já quisera ser caixa de supermercado e taxista, mas dessa vez segui meu sonho e, por quase um ano, eu fui. Dona, criadora, fotógrafa, designer, ilustradora, diretora de arte e secretária do Jornal da criança. Ele tinha quatro páginas, basicamente uma folha A4 dobrada ao meio. Na capa tinha a manchete principal e uma historinha. Na segunda folha, uma receita (!), na terceira, pegadinhas (retiradas do gibi da Ana Maria Braga e do Louro, que, por preguiça de jogar fora e amor à nostalgia, eu ainda tenho) e na última mais notícias.
O melhor é que 26% dessas já anunciavam o meu futuro narcisismo! Manchetes como “Jana compra Lego novo” e “Jana está criando galinha” eram vergonhosamente freqüentes. E as outras notícias também não eram muito melhores, “O preço do jornal aumentou” na segunda edição e “O cachorro do Fernando” (“O cachorro do Fernando está grande, brincalhão, danado e peludo.”) na quarta são provas concretas disso.
Mas eu acho que nada bate essa obra-prima literária da terceira edição:
O natal
Um belo dia uma menina estava brincando, na praia. À noite, ela pintou o cabelo para a festa de natal. E ganhou um patins. Outra menina ganhou um patins e um Tamagochi, vamos velo de perto?...
Perguntas que não querem calar:
Por que Tamagochi merece maiúscula e natal não?
Como eu sabia empregar crase mas não pronomes oblíquos?
De que cor a menina pintou o cabelo?
Por que eu estou prestando vestibular pra Física e não Jornalismo ou ainda Letras?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Não ganhei

Wall-E é a nova animação da Pixar, estúdio responsável por Toy Story, Procurando Nemo e Ratatouille, e que estréia em 27 de junho deste ano. Para concorrer a um kit do filme responda a pergunta:
Se você tivesse um robô, o que ele faria e por quê?
Ele apagaria memórias, porque assim eu poderia fazer várias coisas que eu adoro pela primeira vez de novo, como mandar cartas e fazer bolos. São coisas que, de tanto fazer, perdi parte do amor.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Cansei de ser filha

A primeira vez que eu percebi que existia toda uma pessoa atrás de mamãe desconhecida por mim foi quando fiz minha primeira redação sobre cotas para negros. O tema era super simples, só pedia para você dar sua opinião, sem mais dramas. Feito todo o rascunho, perguntei à mamãe se queria ouvir. Depois de um Claro, li e fiquei envergonhada de percebê-la levemente decepcionada comigo. Eu era contra as cotas, achava que admitir a existência de negros, e não pessoas, era o preconceito em seu auge, mamãe, fortemente a favor, e, depois de pedir acanhada que ela me dissesse seus motivos - quase implorando que me fizesse mudar de idéia -, não sei mais minha opinião.
Eu conheço os seus tiques, a expressão que ela faz quando quer que a gente ache que ela tá acompanhando a conversa mas na verdade não tá entendendo nada, as frutas que come de manhã, vamos freqüentemente ao cinema juntas, só não faço a mínima idéia da história de amor dela com meu pai nem de porque eles jamais se casaram. Outro dia, comentando o pôster do filme Apenas uma vez (que tem a frase Quantas vezes encontramos a pessoa certa? em cima do título e é genial, tá), ela me confessou:
- Duas.
- Duas o quê?
- Já encontrei a pessoa certa duas vezes.
E, num arroubo de curiosidade tímida, perguntei:
- Quem?
Ela não respondeu.
Não é que nossa relação seja ruim, não, por favor, não pensem isso, mas eu só conheço a faceta mãe dela. Na viagem à serra reencontrei a Gema profissional, e meu peito estufou de orgulho. Agora eu quero conhecer a mulher.
(Mas eu tenho que perguntar, e, talvez com receio de perder meu ideal utópico de amor verdadeiro, tenho medo.)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O preocupante dessas férias ociosas

O que consegui fazer até agora escolarmente falando foi ler dois dos três livros do vestibular que eu ainda não tinha nem tocado mas que a professora já tinha dado em sala. O último permanece abandonado na página 80, ou por aí... E estudei umas três aulinhas de Geografia... Fim!
O que é mais preocupante? Bem, por causa do meu antes amado despertador, perdi a última prova do semestre, ou seja, vou fazer segunda chamada agora em agosto, ou seja, tenho que me preparar para essa droga de prova agora no que resta dessas férias, ou seja, eu não estou me preparando, vou ir super mal na droga de prova e começar o semestre com a perna esquerda!!!!!!!
Triste, mas real.
Hoje eu estou indo ao cinema, mas amanhã, sério, eu pego de novo na apostila de Geografia para fechar o conteúdo.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Aventura de menina mimada

Nunca tive casa-na-árvore, e, numa das minhas poucas andanças pela casa de repouso onde ficamos, encontrei uma que era um amor, só não tinha árvore (quem liga, afinal?).
Eu podia ter escorregado, batido o queixo e quebrado outro dente pra chegar nela, ou simplesmente morrido, mas a única coisa que aconteceu foi que minha chinela caiu no abismo entre o barranco e a casinha. Com um pouco de malabarismo, peguei a danada com o pé como sempre fazia na minha infância sem elegância e pronto!
Ela tinha um primeiro andar com vista de arrasar, a serra, o céu, o verde, a sombra das nuvens nas plantas, e dava até para ver, escondidinha, a igreja de onde fiquei, à esquerda. Deitei lá, pus as Havaianas a um canto, e li. O livro, um saco, amavelmente apelidado por mim de Ave, que Chateação (título original: Aves de Arribação), mas olha que agüentei dois capítulos!
E teria ficado por lá bem mais, não fosse pelos barulhos suspeitamente perigosos que ouvi e me amedrontaram. E não espalhem!

Desembarque

E assim que cheguei no prédio e olhei pra nossa varandinha no terceiro andar, vi uma mancha branca. Apertei os olhos, fui mais pra perto: Artemísia. Ai, que saudades!

sábado, 12 de julho de 2008

Hasta la vista, baby!

Estou viajando! Não vou sair do país e muito menos do estado, mas vou sair da minha casa e por enquanto isso basta! Os planos são:
1. Estudar, o que tem sido impensável até agora
2. Ler, já que eu tenho me encontrado ociosa demais para me empolgar com histórias (que não incluam romance)
3. Estar na natureza (assisti a Na Natureza Selvagem há pouco tempo, não dá pra não considerar isso! E eu vou pra serra, afinal)
Espero que vocês todos se corroam de saudades de mim, e fiquem contando os dias para 17 de julho, quando retorno, à noite! Caso eu não dê nenhum sinal de vida na data, ou é porque de fato morri ou porque, estando lá na natureza, eu percebi enfim o grande gasto de tempo que esse computador é para mim.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

SHOUT IT OUT!

1. Morei nove meses na França e não sei conversar direito sobre isso, tanto por vergonha como por... medo
2. Eu me corto e me machuco quando a parte branca da unha supera os 3mm
3. Morro de ciúmes da relação de Rosa, que trabalha aqui, com as gatas e acabo consideravelmente frustrada porque não sei me libertar deles
4. Eu não sei dançar
5. Só fui me sentir de fato eu mesma com amizades escolares no Ensino Médio
6. Eu não sei andar de salto alto
7. Na verdade eu me sinto muito pouco feminina, e é provavelmente por isso que em tudo o que faço dou um jeitinho de colocar algo cor-de-rosa
8. Sou louca para viver exclusivamente da mais pura arte, só não tenho confiança e coragem suficiente, e isso faz eu me sentir uma fraca
9. Eu gostaria de usar aparelho dentário, mas minha auto-estima diminuiria ainda mais com o combo aparelho+óculos

Originalmente isso é do DeviantArt, e eu achei o máximo, só que fiquei tanto com preguiça de desenhar no computador como de escrever em inglês, então trago pro blog e fim!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Antes e depois

Só para vocês verem o horror que Nina estava e o amor que ficou. Não pude evitar colocar esse preto e branco altamente dramático na primeira foto, HIHI, foi inevitável, perdão!

domingo, 6 de julho de 2008

Manhã de destruição

Dessa vez tenho um bom motivo para dormir com mamãe! Um excelente!
O meu prédio é consideravelmente antigo. Pra você ter uma idéia, ele tem apenas 7 andares, o azulejo da cozinha é de florzinha e os guarda-roupas vieram embutidos. A questão é que esses mesmos guarda-roupas embutidos estavam aqui até hoje, 2008. O de mamãe já não se agüenta de tanto cupim, a madeira está praticamente oca, e o meu, ah, é um indecente! Sempre de porta aberta.
Mas não mais. Há vinte minutos o marceneiro chegou com sua trupe e essa meia hora tem sido só de violência.
Então!
Para eles poderem vir e quebrar o guarda-roupa numa boa, tivemos que arranjar lugar pras roupas, e ele foi exatamente em cima da minha cama, dentro de caixas. E é aí que entra a nova desculpa pra minha incapacidade de me desligar do útero materno.

Dormi cheirando os dedos

Estava indo dormir com mamãe ontem à noite quando senti algo grudento na minha mão. Extremamente desinteressada em descobrir o que raios era aquilo, entrei no banheiro dela e lavei as mãos.
Me deitei, coloquei as mãos embaixo da bochecha, e então senti.
Um aroma leve, doce... e um turbilhão de sensações.
Aquele cheiro do sabonete de mamãe simplesmente ativou alguma memória involuntária no meu cérebro, e, apesar de ser tão forte a ponto de eu me sentir na própria lembrança, não consegui perceber qual era. Tem um pouco das minhas férias de janeiro, com madrugadas produtivas e confortáveis. Um toque de descobertas, de novo, de suave. E com um recheio de histórias doces e amáveis de amor verdadeiro.
Passei um tempão cheirando os dedos, até que não senti mais nada e me entreguei ao sono.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Até galinha nós tínhamos

Morei bons anos num sítio, uma chácara, na verdade.
Era o orgulho de mamãe, porque, veja bem, nós tínhamos nada mais nada menos que de-zoi-to tipos diferentes de frutas acolá! Acerola, jambo (plantamos três pés e não moramos tempo suficiente para que dessem frutos, mas é claro que conta, dã!), milho, maracujá, manga, goiaba, banana, feijão, serigüela, laranja, caju, jabuticaba (era do vizinho, mas as frutas caíam no nosso terreno, hihi), graviola, cajá, abacate, mamão e, ok, não lembro mais!
Quando tinha 10 anos e nossa dívida do apartamento só aumentava, mamãe decidiu vender o sítio. Até quem só tinha ido lá uma vez lamentou conosco! O vizinho foi o primeiro que se ofereceu pra comprar, na verdade ele queria comprar o nosso terreno há séculos, já que o sítio dele era horroroso e o nosso maravilhoso, mas como ele era daqueles que coloca forró nas alturas aos domingos quando os meus avós iam nos visitar e se recusa a diminuir o volume mesmo quando vamos até a sua porta pedir que diminua, não aceitamos vender a ele.
Um outro homem apareceu depois e vendemos pela mixaria de 32 mil reais. Algum tempo depois descobrimos que, ops, o nosso vizinho tinha pago àquele homem para que comprasse o sítio e depois passasse pro nome dele. Pra você ver como é a vida.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Meliki

Ladrão que rouba ladrão ganha cem anos de perdão! (Mas Cem Anos de Solidão também seria bacana, considerando que o de mamãe cai aos pedaços.)

Funciona assim:
1) Acesse en.wikipedia.org/wiki/Special:Random - o título da primeira página aleatória que aparecer será o nome da sua banda.
2) Vá pra quotationspage.com/random.php3 - as últimas quatro palavras da última frase da página formarão o título do seu disco.
3) Acesse flickr.com/explore/interesting/7days - a terceira foto, não importa qual seja, será a capa do seu disco.

Meliki tem um som meio indie pop com toques de MPB, não que eu realmente entenda dessas classificações. Is the past tense, o segundo álbum (!), deu à banda uma melancolia que se você ouvir de mau humor perceberá que tende ao piegas, mas que, num período hormonal, tem uma sensibilidade que toca o coração com as pontas dos dedos. Temas cotidianos e sem compromisso com uma causa maior, como o sol da tardinha e a vizinha da torta de limão.