sábado, 18 de dezembro de 2010

As amigas férias

1. Minha gata baby amor Artemis não tem mais útero. Teve dias de imensa depressão, louca raiva (que resultaram nas minhas mãos extremamente arranhadas) e grande amor. A cicatriz da cirurgia é medonha.
2. Num amigo secreto, ganhei o livro Pensamentos Que Penso Quando Não Estou Pensando. Um título sagaz, que todos acharam a minha cara.
3. Comecei a assistir um dorama e não consigo deixar de relacionar a minha vida à da protagonista. Nos encaixamos em tudo. T-U-D-O. Todos os conselhos que os coadjuvantes dão para ela, eu tomo para mim. Ainda não terminei, mas estou vendo um final (feliz) chegando e estou com medo de terminar minha vida do mesmo jeito. Myself todinha:
4. Um brinde pras amigasssssssss! Quero muitas e muitas noites menininhas e horas molenguitas nesses dois curtos meses... Thanks Carol, Rebeca e Raquel!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Garçom! Aqui! Nessa mesa de bar!

Depois de duas semanas em que passava dia e noite pensando no projeto, muitos sonos incompletos e uma virada de noite no campus, fica o vazio. Como viver sem o projeto? Eu não sei. Cumprimos tudo o que prometemos e a apresentação final foi linda. Claro que o projeto não quis funcionar de primeira, ficou encabulado, mas dei dose de coragem e depois foi tudo beautiful.
Estou de férias e muito contente, muito obrigada, mas voltaria quantas vezes fosse possível para aquela madrugada louca e maravilhosa em que o display de LCD imprimiu M pela primeira vez. Minha nossa, eu estou muito feliz! Até apaguei da memória como o semestre foi péssimo por esse happy ending.
Não batemos foto porque eu esqueci, mas fica parte da simulação:

domingo, 5 de dezembro de 2010

Esse segundo semestre e ideias retrógradas

Desde que eu entrei na faculdade, eu diria que cada semestre que passo e que eu vivo tem sido o melhor da minha vida. O tempo voa e vou deixando de lado todas aquelas besteiras que antes minha personalidade não conseguia largar. Vou ficando mais confiante e mais próxima (e ainda sempre tão, tão distante!) daquilo que quero vir a ser, cada vez mais contente de ser eu mesma.
Mas vou te contar, viu, esse semestre foi que foi! Tristeza, desânimo, apatia... Nunca tinha ficado tão down desde o terceiro ano e aquele horror de incerteza besta quanto ao futuro! Tantas vezes que, esperando o ônibus pra lá de atrasada pra onde quer que eu estava indo (e nem me importando com isso), ímpetos de choro vieram e se foram com o bater de asas de um beija-flor... Mas isso já foi nos últimos meses. No começo eu só conseguia ficar incomodada de não estar chorando dia e noite (noite e dia) e com todas as pessoas bocós que ligavam aqui pra casa perguntando por mamãe, claro que para consolar-lhe, e que para mim só tinham um Tchau quando eu dizia que mamãe não estava em casa. Me sentia tão estranha. Insensível. E consciente. Por que não podemos ser só sentimento? Ao inferno com a razão! Eu faço Engenharia Elétrica mas acho a matemática uma coisa louca dos diabos, pra quê inventar tudo isso mesmo, hein? Para complicar o mundo, apenas! Por mim ainda viveríamos nos tempos das ocas, ouvindo longas histórias do pajé à noite antes de dormir e pisando em formigueiro para passar pra maioridade. Tomando banho no rio nu e rezando para a lua.
Minha primeira atitude foi: não pensar. Evitar toda essa consciência indesejada, estudar pras provas, ir às aulas e comparecer ao francês (mesmo sem necessidade, já que teacher nunca fez chamada). Aí eu: parei de conseguir estudar pras provas e comecei a ir a apenas 50% das aulas do francês (sem nenhum prejuízo). E comecei a ter os ímpetos de choro.
Meu maior defeito é: ser séria demais. Se faço piada, é porque sou tão séria a respeito da vida que quero ser feliz ao máximo e sei que para isso precisamos rir. Eu levo tudo a sério. Se pareço avoada, é porque minha seriedade me faz levar a vida na boa porque sei que isso leva à felicidade. É uma contradição que me faz bem, mas a seriedade toda me faz mal.
Eu diria que o exato momento em que o luto começou a me abater foi uma noite quando, no ônibus rumo a um show no meu campus (Otto e Céu), algo me aconteceu. Na época eu não entendi muito bem porque fiquei tão abalada, mas de alguma forma percebi que aquilo era muito, muito importante. Quando a gente começa a escrever pra desenlinhar o passado na cabeça, o sentido vem.
Antes, gostaria de falar do destino: eu tive que pegar dois ônibus. O primeiro que eu peguei, embora seja o mesmo que me leve para a faculdade todos os dias, deu o prego no meio do caminho. Desci e peguei o seguinte, da mesma linha. Nesse segundo, entrei e, antes de me sentar, qual não foi a minha surpresa em ser reconhecida pela cozinheira do meu colégio de Ensino Fundamental! Quantos outros pedaços de bolo eu não pedi pra ela! Quantas vezes não consegui repetir o lanche só dando meu sorriso para ela! E ela se lembrou de mim, do meu nome, dos meus hábitos! A moça do lado dela, muito mais jovem, também se lembrou de mim, mas eu não me lembrei dela. Me sentei e descobri que, ao longo de todo o veículo, também havia muitos outros funcionários da mesma escola. Eu morri de medo de me identificar para eles e de não ser lembrada. Mas eles se lembraram de mim, e eu me lembrei deles. Todos desceram na mesma parada, justamente a do colégio (por algum motivo que desconheço, eram quase dez horas da noite, eles iam dormir lá ou o quê? Esquisitíssimo demais, mas juro que não foi um sonho!), e depois eu comecei a chorar. (God from heaven, esse papo de chorar e choro e chorando e chorei está the most bigger breguice. Mas vou continuar, sorry!) Na verdade, agora eu vou resumir: o que me emocionou foi figuras já esquecidas na minha mente terem se lembrado de mim. O que me fez chorar foi eu não estar me lembrando de figuras que certamente não deveriam ser esquecidas na minha mente. Depois de toda a conversa de nãopensar nãopensar nãopensar eu realmente consegui não pensar, e esqueci. Não se esquece a morte dos seus avós. Não se deve esquecer nenhuma morte. O jogo é aprender a conviver com ela.
Hoje fez quatro meses que vovó morreu, mamãe disse que me ama e nos abraçamos na rede.
Fico tão mau de estar escrevendo sobre tudo assim tão explicitamente, me sinto banalizando a morte... Claro que qualquer coisa que eu possa escrever jamais fará jus ao que quer que tenha acontecido a vovó e vovô. Ultimamente tenho sentido que só há valor naquilo que guardamos no nosso coração, sem precisar sair por aí gastando com quem não interessa. Mas também tudo é grande demais pra ficar só comigo. E aí... Me derramo. (Literalmente, já que o radical que eu mais usei aqui foi chor-.)
Poderia escrever para sempre, ainda mais com doce layout novo (até que enfim!!!!!), mas amanhã prova de Circuitos me aguarda como uma facada nas costas, e tem projeto de Microprocessadores para terça, este mais para um fio desencapado (com o perdão da analogia).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A criança mais linda da família

Minha mãe aprontando comigoEu mesma me surpreendi com a rapidez de mamãe em pensar numa resposta boa e convincente. Até mesmo porque um dos assuntos da mesa de restaurante foi como eu e mamãe, lerdinhas, não nos salvaríamos no fim do mundo: mamãe porque ia pedir um segundo pra pôr o óculos e eu para calçar a chinela. E aí mami aparece com essa tirada veloz! Apesar das circunstâncias, achei o máximo.
Resta ver as tais dessas filmagens.

domingo, 24 de outubro de 2010

Titanic

Morte anunciadaTenho pavor de filmes apocalípticos porque fico imaginando como eu reagiria naquela situação. Nunca dá pra ter certeza até acontecer. Eu vou fazer a coisa certa? Daria minha vida por alguém? Tenho medo de não.
Conversando sobre política no ônibus, expus meu ponto de vista sobre aborto. A discussão ficou pessoal e eu disse que, na terrível circunstância de um estupro, eu não cometeria um aborto, teria o bebê e daria para adoção. O medo era de não amar meu filho o tanto que ele mereceria. Que qualquer pessoa merece. Achar que na realidade ele nem merece nenhum amor. Um homem metido disse que eu de maneira alguma faria isso, que as mães aguentam tudo, que eu teria o baby e o amaria e seríamos felizes para sempre. Eu fiquei emocionada com a confiança dele no amor materno, mas na hora não pude concordar.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Vovós & e-mails

Curso de Introdução ao Uso de Computadores para a Terceira IdadeA última aula foi dada sábado passado, e eu vou sentir saudades também. Linda foi minha aluna favorita, mas Val era uma graça com seus emails para os meninos (BRUNO COMO VOCE E GENTIL QUANTAS GAROTAS GOSTARIAM DE TE CONHECER E TI DIZER VOCE E LINDO). Tereza foi a mais criativa na hora de criar o email: terezafashionjj. Para as outras, grande sufoco em achar um nome de usuário válido! Apelamos para pontos, datas de aniversário e números da sorte. Surpresa: três vovós tinham 13 como seu número da sorte! Mas não bastou: tivemos que colocar 1313 no nome de usuário, porque com um único treze já existia.
Os melhores emails que recebi:
janaina vcs foi um presente de deus neses nossos encontros foram nossos anjos aprendi muito com vocês
o meu muito obrigado vão está senpre em minhas horações amei conhecer todos vocêis que deus os abênçõe
beijos de socorro

janaina voce se tornou bem importante em minha vida
nos longos de minha existencia
você é especial linda!

Tive que colocar Jerry Lewis no meu coração também porque, apesar de ter virado um balofo que se separou da mulher aos 50 anos pra depois casar com uma dançarina mais jovem, os filmes dele são tão bons! Toda a cena a seguir é maravilhosa, mas fica divina a partir de 7:04. Não é só porque tem uma vovó, mas é realmente engraçada.
(Ter uma vovó, naturalmente, é um plus.)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Funerária Ternura

E enterro no Parque da PazA parte esquisita e engraçada é que o livro que eu escrevi, meu xodó esquecido na estante, lido apenas pela minha mãe, cheio de erros bobos e com um título que nem é explicado ao longo dos capítulos, meu livro é sobre avós. Sobre idosos. Sobre se aproximar dos mais velhos, sobre a história que eles carregam como mochilas, só que sem conotação aventureira. E os avós do livro são os meus avós. Só que eu nunca mais vou poder fazer o que a protagonista faz para tentar mudar as coisas um pouco, e toda a continuação que eu deixo subentendida também me foi negada. Nem as coisas que eu planejei para ela e não escrevi por inabilidade. Teve muita coisa que eu não escrevi.
A família toda me pede o livro para ler, sem saber sobre isso, e eu fico adiando... Tenho medo e vergonha. Escrevi o livro há quase um ano, mas o destino só cutucou o interesse deles agora. Vamos deixar pra lá, meus queridos...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Balanceamento de equações

Socorro! Todas as minhas últimas histórias envolvem algo que eu vi na TV. Marilyn Monroe, coitada, só queria amor na vida e apelou para as câmeras. É na Etiópia que fica o templo onde está a pedra dos dez mandamentos. Mas ninguém pode entrar lá. Na verdade, uma única pessoa pode. Só que ela não pode sair.
A brincadeira que está rolando na faculdade é esconde-esconde com o cadeado do meu armário, que eu acabo esquecendo destrancado. Ontem, só fui encontrar dentro do frigobar, arrodeado de camadas de gelo. Usei uma chave de fenda pra tirar. Hoje tinha um Jigsaw desenhado no quadro, e o cadeado estava dentro, e eu realmente disse DENTRO, do interfone. A dica dizia para eu usar minhas habilidades de engenheira.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Figuras do imaginário infantil

Lobismenina, Mula sem secura e CuruformigaMamãe que me assustava com essa história de comer biscoito na cama. Ela dizia que dava bicho e eu imaginava um milhão de formigas entrando por todos os poros do meu corpo enquanto eu dormia.
Não desenhava há um mês, não sinto nenhuma criatividade acumulada e tampouco achei o quadrinho bonito. Gosto mesmo é do desenho que fiz de vovó, para vovó.Vovó querida

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Manteiga derretida

Nem sou choronaAs Pontes de Madison me partiu o coração, Meryl Streep tão linda! A quantidade de lágrimas de Jane Eyre, da Charlotte Brontë, nunca vai se repetir. Pense nas estrelas. Nos planetas. No sistema solar. No tamanho do universo. Na escuridão de tudo isso. Deus, como nós somos mínimos! Que vertigem. Nunca me senti tão boa do que quando chorei pela tristeza de um amigo. Logo em seguida li no jornal que Saramago tinha morrido, o soluço aumentou. Uma menina feia e esquisita vai algum dia encontrar alguém que ame e a ame de volta? Certa vez fui expulsa de sala por dar um tapa num garoto (que tinha me dado um tapa) e me refugiei no banheiro. Depois descobriria que o menino de quem eu gostava me viu, e bem quis tatuar um saco preto na cara, para ninguém nunca mais me ver. Eu ainda não entendo como chorei tanto naquele ônibus, logo depois de me despedir da minha melhor amiga (para nunca mais vê-la). Choramos juntas também, aos abraços. Mas eu só tinha 12 anos. E nem é como se abrisse meu coração como abro hoje em dia com os friends, como poderia me sentir tão ligada a ela? Amizade é assim mesmo, né? Sentimento.

domingo, 25 de julho de 2010

Bolo de refrigerante de limão

Tudo culpa de A Vida Secreta das AbelhasBater as claras foi uma das melhores partes, exceto que... claras em neve parece cuspe. Eco.
O bolo ficou realmente ruim. Mamãe até que gostou, só achou muito doce, já que ela não usa açúcar em nada e o negócio tinha tanto açúcar como refrigerante. Mas sabe quando você bebe café molhando o pão? E aí chega no finalzinho da xícara e só sobrou um golinho de café e acaba tendo pão dentro? Aí você bebe o último gole com tanto gosto porque, afinal, é o último, mas aí vem aquela gororoba que é o pão úmido? Pense nessa gororoba e consegue ter uma imagem de como o bolo ficou. Um nojo! Quase não consegui terminar de comer meu primeiro pedaço, de tantos engulhos. E o pior é que o bolo saiu do forno lindo lindo lindo, cresceu e estava clarinho e sequinho, uma maravilha! O refrigerante, literalmente, melou tudo.
Se conseguimos terminar de comer o bolo? Bom, mamãe levou para a casa vovó, onde estão meu avô (agora é vovó quem está internada), a moça que trabalha por lá, uma eventual faxineira mais experiente e as várias enfermeiras que se revesam. Não disse de que era. Se acabou em dois dias.
Uma semana depois, apareci para visitar vovô e perguntei se elas sabiam quem tinha feito o bolo. Vivi me disse que sabia sim, e que adorou o bolo de abacaxi.

P.S.: Claras em neve é a coisa mais linda do mundo! Não, não parece cuspe! Parece NEVE! Peço desculpas pela gafe. É lindo e incrível e realmente não cai se você deixar de cabeça pra baixo por 30 segundos! Beautiful!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

I Thought I Saw Your Face Today (replay)

She & himSó por que a música é muito, muito amor, e meu coração está repleto de carinho já há alguns meses. Sempre odiei a outra versão, apesar de ter me esforçado de verdade para dar um presente meigo. Nudez porque passei da maioridade e está na hora de enlouquecer! (Mentira, morro de vergonha, mas fui desenhar e menina saiu pelada, sorry people.)

terça-feira, 6 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Assalto & batom

BoticárioO atual plano é dar o batom para minha vó, que por acaso adorou durante sua estadia aqui em casa. (Tinham que ver ela me mandando comer toda noite, dizendo que eu chegava muito tarde da faculdade, e, no meio do meu estudo, me perguntando se era tarefa de Física. Não, vó, é Cálculo Vetorial.) Mas sabe o que eu tiro de bom de tudo isso? Eu sou consistente nos meus gostos. Vou na loja e compro batons que já tenho.

domingo, 13 de junho de 2010

Por que eu ainda sou uma adolescente

Juliette GrécoAquela frase, Eu era feliz e não sabia, ah, como eu a odeio. Naturalmente que você não ia saber. Quando se é feliz, você só é feliz, pronto. Não precisa ter consciência, precisa sentir, você é feliz, se sente feliz, sorri e vai levando a vida. Sair por aí dizendo que é feliz e sabe disso é pura perda de tempo, pura perda de felicidade. Preocupante mesmo seria dizer que era feliz e não sentia, aí sim devemos dedicar um pouco do cérebro a refletir.
Já uma frase que é realmente compreensível e perfeitamente aplicável a mim é: Eu tinha tempo livre e não fazia a mínima ideia. Como eu me achava tremendamente ocupada no ano pré-vestibular, deus do céu! E como eu não fazia absolutamente nada. Me privava de cinemas, de alegrias, porque tinha que estudar all the time all the time, e em vez disso lia romances e admirava desenhos. Na faculdade eu bem tratei de me ocupar, pra evitar toda aquela crise existencial do pré-vestibular que bem nasceu do monte de tempo livre. E agora, oh céus, como eu só queria um dia pra respirar e não fazer nada, nadinha, nadinha. Mas não posso, porque é tanto, tanto a fazer, e não dá pra desperdiçar um segundinho que seja. Ontem, no hospital, no quarto onde meu avô está deitado, levei livro e minha agenda para atualizar minha vida (tenho escrito religiosamente sobre todos os dias, e os relatos quase sempre ultrapassam a única página disponível), porque há uma semana não escrevia, mas estava tão, tão mentalmente exausta que tive que deitar e me apertar sem fazer nada. Acabei dormindo, mas que tempo bem gasto, viu, ainda que eu me sentisse uma droga desperdiçando toda aquela hora em que poderia estar me divertindo, ou estudando, ou cuidando de meu avô (que, diga-se de passagem, ignorou minhas ofertas de ajuda).
E eis o fim de semestre, mas que cão! Mil provas todas as semanas, muita matéria que eu não estudei, ocupada fazendo relatórios e circuitos, falando francês e correndo de uma sala a outra. Ainda tem o projeto final de Eletrônica Digital, que está louco para nos sabotar, e eu tenho até medo de dizer que vai dar tudo certo. E o projeto final de Instalações Elétricas, e o de Métodos Numéricos, que é para amanhã, deus do céu.
Mas bom. (Avalanche de palavras, depois de tão longo silêncio!) É fácil deduzir daí que tudo o que eu tenho querido é fugir. Pra bem longe, ficar de turista e quem sabe nunca voltar, porque quando se é turista aquela incrível sensação de liberdade é permanente e você está numa cidade que parece te acolher e abraçar.
Aí eu aluguei Educação. Que não me ajudou, nem um pouco. Jenny tem 16 anos e um homem mais velho se apaixona por ela, e faz ela se apaixonar por ele e pelo mundo cheio de glitter do jazz e do glamour. Jenny veste roupas bonitas, conhece lugares incríveis, viaja, viaja, viaja. Jenny questiona: pra quê estudar?, morro de tédio na escola, vou morrer de tédio na faculdade e ainda tenho que morrer de estudar tedioso latim para poder passar. David a pede em casamento. Mamãe comentou que David era um malandrão, e eu concordei só por concordar, com o queixo caidíssimo de encanto pela história de amor, sem entender porque essas coisas apaixonantes insistem em não acontecer comigo.
ParisOntem, rodando o centro com amigos atrás de circuitos integrados e motores de passo, comprei meu primeiro piratão: Garota Fantástica, título chocho comparado ao intraduzível Whip It. Dois reais, com direito a capa e cenas que travam. Novamente, Bliss é uma garota que só quer sair da sua timidez, da sua insignificância e de sua cidadezinha de interior. Entra (travando) em cena o Roller Derby, um esporte agressivo e feminino sobre oito rodas que trua legal, Bliss se descobre uma excelente jogadora, namora um cantor de banda indie e de quebra ganha muitas amigas de cabelos coloridos. Se antes Bliss era mocinha, Babe Ruthless é durona e, nota-se, impiedosa. E é assim que eu queria ser quando crescer, durona, implacável. Eu posso já ter 19 anos, mas é pensar como eu quero me tornar que me motiva, e eu quero ser muito, muito durona, mulher de fibra. Mamãe mesmo, grande ícone, é mãe solteira. Eu, garota entre 40 machos na faculdade. Adoro isso. Adoro me ocupar e não ter tempo livre, faz parece que eu sou a mulher maravilha, ainda que isso me enlouqueça nos fins de semana. É aí que eu me dano.
Derby girlsO esporte é demais. Vendo as cenas de pancadaria, até sinto que nesse esporte eu me daria bem, e fico louca pra tirar da minha gaveta meus patins para sair por aí em círculos, batendo em garotas, sendo durona. Agora que garotas, né. E quando, considerando minhas provas e observando que já estou há duas horas nesse texto, sem sair do lugar, sem tocar num livro, e ai que dor de estar perdendo tempo, mas ai que prazer de estar escrevendo. É que eu sou só uma adolescente, e adoro ser adolescente, pensar em meninos, escrever páginas e páginas de carta sobre o mesmo garoto, ser fútil e impulsiva, rir alto e de tudo. E desculpa garoto da manhã se eu ri de você, mas quando eu estava perguntando entre sorrisos "Vamos lá, vamos lá, olhem seus relógios, que horas serão, que horas serããão?", eu estava só ajustando o relógio do nosso projeto, que é um Automatizador para Alimentação Animal e faz um motor girar de acordo com a hora da primeira alimentação (inserida pelo usuário) e com o período que o usuário escolheu (2 em 2 horas, 4 em 4, 6 em 6 e 8 em 8, que finalmente parece estar funcionando sem falhas), não era pra saber a hora real, então você não precisa ter respondido que eram 17h30. Desculpa, mas eu adoro ser imatura e boba, adoro essa época que eu estou vivendo.
Whip it!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Tempos cansados

Rodas de minhocaTenho estado tão confusa ultimamente... sobre o que eu quero, sobre minhas prioridades... E tenho morrido de dor de cabeça. Não sei o que é, não bebo café, tenho dormido uma média de 7 horas por noite e mais alguns cochilos ao decorrer das aulas... Mentira, claro que sei, né. Estresse. Meu cabelo tem caído que é uma coisa medonha, o estado natural da escova é o emaranhado de cabelos. Das novidades, Nina fez xixi no meu caderno de artista e na faculdade me chamam de tchola. Decifrem.

P.S.: Não sei desenhar bicicletas, quanto mais uma com rodas de minhoca que eu só vi em sonho!

terça-feira, 27 de abril de 2010

And I Remember Every Kiss

liiiike my fiiirst kissJens Lekman é sueco e tem músicas que não são feitas de notas e sim de algodão-doce. Nem estou na fase mais romântica da minha vida (um mês atrás eu estava hihi), mas era domingo à noite, as alternativas de distração pós-tarde-na-piscina eram estudar Eletrônica Digital e estudar Eletrônica Digital (para a prova do dia seguinte, que estava boa, se estão interessados, mas converso tanto na aula do cara que ele me perguntou se eu tinha gostado com a maior esperança de que eu dissesse que não e pedisse desculpas por tanta conversa), enfim, fui desenhar. Coloquei a primeira música do último álbum pra tocar e nem economizei nos beijos (pra quê?).

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mas tinha o sabor moça bonita

– Tem sorvete de melão?
– Ah, tem não...
– Mas tá faltando ou nunca tem?
– Sempre tem, mas é difícil vir... É raro ter.

quarta-feira, 31 de março de 2010

As mulheres e seus cabelos

Às vezes eu estou na calçada sem fazer nada de importância (probabilidade média), e às vezes existe uma menina na minha frente. Pode acontecer de o calor bater (probabilidade alta), e não é com dificuldade que ela tira uma liga de lugar nenhum e se põe a amarrar o cabelo. Não é uma complicação fazer um rabo de cavalo? Já de início tem que arranjar um lugar para a liga, que em geral fica na boca, uma alternativa de higiene e sensualidade tremenda, juntar todo o cabelo, colocar a liga na mão, passar o cabelo por dentro dela, esticar bastante para não ficar frouxo, girar a liga, passar o cabelo de novo... As mãos se mexem em todas as direções, a liga vira e desvira com uma facilidade elástica, a cabeça permanece imóvel, os dedos se esticam, se fecham, envolvem o cabelo, os fios balançam prum lado, pro outro, não dá pra ficar tonto? Um rapaz um pouco idiota poderia nunca ser capaz de aprender a amarrar um cabelo, não precisa, nunca precisou, ele nem presta atenção. Para uma mulher é intuitivo: deslizar a mão aqui, fazer carinho, apertar bem forte, sacudir. Se os homens abdicaram desse valor pelo bem da guerra, pelo mal dos inimigos e sua chance de puxar-lhes os cabelos, as mulheres fazem dele uma dádiva, o cabelo é tão macio quanto se é doce, tão liso quanto se gosta de cantar, tão escuro quanto torta de limão agrada o paladar.

sábado, 27 de março de 2010

Os Furúnculos ou Uma moça desinibida

Sem ser negra mas rscura como chocolateAssim que estralei a coluna, perguntei a mamãe:
– Quer ver?
– Quero sim! – mas essa minha mãe é tão besta que se endireitou toda pra pôr os óculos e ler com uma entonação vergonhosa, bem ao estilo para-de-ler-assim-mãe. Findas as besteiras, dei continuação à história.
– Dois dias depois, eu a vi de jaqueta jeans. Perguntei se tava tudo bem, né, mas ela disse que só tava usando a jaqueta por causa do frio.
– E ela existe?
– Hã?
– Você viu de verdade uma menina com esses negócios?
– Vi, mãe! Claro que ela existe! Tu tava achando que ela era invenção minha?
– Aaaahhh, então essa menina é real!
– Mãe, eu ia inventar a maior fábula pra explicar a aparição de uma espinha? – ela riu. – Se fosse assim, seriam muitas e muitas páginas pra justificar todos essas protuberâncias na minha cara!
– Então todas as tuas historinhas são reais?
– Mã-ãe...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Taís Araújo

Uma história sobre elogios e fixaçõesEu estou completamente encantada com essa garota, ela é linda e Helena só merece alegrias na sua vida! (Não a chamem de sonsa!) Minha meta para esse ano é ser mais ela, cabelos soltos esvoaçantes e namoricos com Thiago Lacerda. No dia em que fui de rabo-de-cavalo pra faculdade, me criticaram que Taís estava de cabelo solto no dia anterior. Ainda bem que me levam a sério!
Tati

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Júveju

Um quadrinho sobre letras e quadrinhosNa avenida mais percorrida por mim existe uma loja cujo nome eu não entendo. O mistério já foi divulgado a todas as pessoas que me acompanharam na empreitada de um engarrafamento da 13 de maio, mas nunca tivemos uma certeza, até porque ninguém quis descer no meio do caminho para perguntar. Em letras, está escrito ARUM. À esquerda, temos o que eu acreditava ser um carrinho de bebê, mas que já deram risadas dizendo que claramente era uma águia e uma roda. Se somarmos o desenho ao nome, as possibilidades são inúmeras: O Arum, Varum, Ovarum, Voarum, vai saber.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O sol, o som, o busão

Ouvir músicaEu vou dar uma palavrinha sobre o tempo agora, mas não é porque não sei falar sobre outra coisa, porque estou encabulada ou porque estamos no elevador. Que calor. Tinha acabado de tomar banho, atravessei uma avenida até minha parada de ônibus e já sentia falta de um cantil. Depois, sentada, olhei para uma telinha que também dizia as horas e vi: 40ºC. Somando isso à hiperlotação generalizada do transporte coletivo com todos esses bichos, viagem à faculdade vira travessia do deserto. A esperança é a última que morre, e nesse caso ela é fato: daqui pro fim do semestre eles vão encarar o trote que é o curso e desistir, como muitos já fizeram.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

It is wicked not to care about Belle & Sebastian

Aprendendo a amar Belle and Sebastian
(link para download)

Dor de dente

Os oficiais já decretaram o fim das férias para quem estiver afim de ouvir, e eu já compareci à sala de aula mais de uma vez, mais para bater papo e matar a saudade do que para ter aula, culpem os professores ausentes e não minha tagarelice.
Não viajei, não cozinhei uma deliciosa torta de botar na janela para esfriar, não andei de bicicleta, e passei boa parte do tempo letárgica me remoendo sobre o futuro e o que poderia ser extraído dele. O problema desse tempo livre é que ele de fato é livre, que eu de fato posso decidir fazer o que bem entender, e o cérebro, em vez de se ocupar trabalhando, se ocupa cutucando as feridas. Foi só o ritmo normal ser retomado que até frango eu almocei. Mas bastou uma visita demorada à dentista para a polêmica recomeçar.
– Você faz Elétrica, é?
– Rrrhhmm – foi o que eu consegui responder com todas aquelas coisas prateadas dentro na minha boca.
– E é o que você quer mesmo?
Eu, particularmente, nem quero mais pensar nisso, já me esgotei o suficiente no terceiro ano e prefiro continuar como se não tivesse mais opção. Não que eu esteja me dando mal, oi, terminei o ano com média 10 em Cálculo, não que eu esteja arrependida, mas uma vez já disseram que indecisão é você saber bem o que quer mas achar que deveria querer outra coisa.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Precisando de Biotônico Fontoura

Mamãe andava preocupada com minha parca alimentação, minha extrema preguiça e os meus horários um pouco malucos, mas nem tanto, e me levou a um médico que ficava num shopping.
Chegando lá, expliquei minha situação: falta de apetite, preguiça em excesso, sono abundante, e o cara simplesmente disse:
– Mas isso é absolutamente normal! Ela é jovem, está de férias, tem mais é que aproveitar. Você acorda cedo nas aulas?
– Acordo.
– Pois durma à vontade!
Mamãe insistiu na comida que eu não comia, que meu pico era três sanduíches por dia, que há muito tempo eu não via a cara do arroz, não dava pra eu continuar desse jeito, eu ia definhar, e o médico deu uma sugestão muito efetiva:
– Faça o seguinte, sem tirar nem pôr. Compre umas correntes, uns cadeados, e tranque a geladeira, a despensa, o armário. Não deixe ela tocar em nenhuma das comidas, em nadinha. Aí você vai ver ela com fome, aí você vai ver ela lutar pra comer!
Mediu minha pressão, deu uma espiada na minha garganta, analisou minha respiração e quando foi checar meu peso, perguntou:
– Você se acha gorda, magra, como é? Você não quer ser que nem aquelas mulheres-palito da TV não, quer?
Por fim, uma curiosidade: estava pesando 59 kg, certamente o maior peso que eu já tive.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Biquíni esse que eu não usava há um ano

Fui à praia. O objetivo principal era pegar um bronze, que mal peguei, mas lá estava meu primo praticando seu kitesurfing e de repente lá estava eu sendo arrastada por ele e a pipa, no meio daquele mar enorme azul, de colete salva-vidas e biquíni. A emoção foi acontecendo, o vento arrastando minha cara, o verão tinindo na minha pele, as correntes marítimas arrastando a parte de baixo do meu traje de banho duas peças. Chegou uma hora crítica que eu tive que ficar com uma mão segurando a roupa, imagina eu saindo no mar toda Iracema? Não. Não ia dar certo. Aí veio meu primo:
– Vou botar um pouco mais de emoção aqui!
E eu nem entendi, nem ouvi, o vento não só arrastava meu biquíni como também as palavras, e minha única mão que tava segurando meu primo soltou e eu fiquei sozinha no marzão.

domingo, 24 de janeiro de 2010

“Mas tu gosta de fazer prova”, diz Rebeca

Não resisti quando vi que hoje ia ter prova, tive que me inscrever. Francês, pra entrar no quinto semestre, 8 pessoas para mais de 30 vagas.
Acordei às 7h30, me levantei na moleza, tomei banho na moleza e foi meia hora mastigando o sanduíche. Na bolsa: livro de conjugação de verbos em francês, carteira, celular, SuperTrunfo da Pixar, remédio de pele pra comprar na farmácia, ficha de inscrição e uma 3x4 medonha.
Quando eu sentei na carteira à espera da folha de prova: e a caneta?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um cardápio verdadeiramente saudável

Cardápio de sucos terapêuticos do MariettaFiquei em dúvida sobre qual suco escolher, tantas, tantas opções! Mais do que isso: tantas, tantas opções aplicáveis à minha vida!
Boa visão não pareceu uma boa escolha por causa da cenoura (mas meus óculos bem que gostariam de ser menos fundo de garrafa) e pele perfeita parecia iogurte (ia precisar de uma caixa de cereais para eu apreciar o suco ao seu máximo). Acabei com o depressão para ver se saía da molenguice, mas veja só, abacaxi e melancia não é uma boa mistura. O filme terminou e ainda tinha suco no copo.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Cabelo tutti frutti

Fiz mechas no cabelo!Tã-dã! Rachel é essa amiga que sempre, sempre mudou de cabelo. Quando a conhecia, ela era ruiva, mas o cabelo natural era castanho. Cortou, ficou loira, fez mechas cor-de-rosa aqui em casa (com papel crepom!), parou de fazer escova e encarou de braços abertos os cachinhos, cortou franja, etc, etc. Eu ficava só observando, de esguelha, sem coragem.
Segunda-feira eu fui cortar o cabelo num shopping (por falta de conhecimento em matéria de cabeleireiros) e me assustei com o corte 50 reais. Não tive coragem, mas fiquei perambulando pelo lugar atrás de algo para comprar e não perder viagem. Já tinha desistido de tirar a carteira do bolso e estava a caminho da parada quando minha memória rebobinou e eu vi: Cosbel, loja de cosméticos e produtos de beleza. Voltei e não perdi viagem.
Descobri que: descolorir o cabelo é muito divertido! E é viciante! Agora eu entendo MariMoon e pessoas da laia, meu deus, como é legal ficar loira, depois não ficar mais, e mudar, mudar, mudar. Não sei como me aguentei tanto tempo com esse preto entediante.
Agradecimentos a Gabi, quem provavelmente me deu a maior parte da coragem quando apareceu aqui exibindo seu restinho de mecha. (Essa menina não para de aparecer no blog? Xô!)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Grand finale

Eu sempre fui filha única, nunca convivi com meus irmãos, sempre tive amigas repletas de sentimentos fraternos, é minha irmã é muito chata pra lá, tô morrendo de saudade do meu irmão pra cá. Minha mãe tem oito irmãos, mas nem considerou que eu fosse querer um também.
Gabi veio, passou duas semanas comigo, dormindo no mesmo quarto, comendo da mesma margarina, assistindo a mesma TV, e segunda se foi! O apartamento ficou grande demais pra mim.

sábado, 9 de janeiro de 2010

As aventuras da semana

Grogadas!Gabilu veio de São José e está aqui em casa desde o ano passado! Passamos muitos dias grogues (principalmente após lanche do Catatau, e depois da injeção de preguiça no hospital também) em casa e fora de casa (muitos, muitos dias fora de casa!). Não podemos evitar, a groguez nos invade.
Nos restam dois dias e mal sabemos o que fazer com tantas opções na cidade! (E nenhuma vontade de sair, comentário por Gabi.) Teatro? Centro? Cinema? Balada? Praia? Serra? Pôr-do-sol? Restaurante chique à beira do mar? Oh, dúvidas!
O bolo de maçã ficou uma delícia, e certamente não nos fez passar mal. O jogo de War nem foi terminado, a gente se cansou pelo meio. A mala de Gabi vai voltar entupida de livros que ela não leu, apesar de todas as tardes gastas no sofá lendo. Quase zeramos RollerCoaster! E vimos um filme gay e incestuoso. E outro extremamente cômico que ainda gera comentários. E outro extremamente longo, de dar raiva em qualquer um de tanto sofrimento que nossa Björk passava.
Fechando com chave de ouro, uma obra-prima que lemos na biblioteca pública:
O casamento de porcolino