quarta-feira, 25 de junho de 2014

Piscar de olhos

Em algum momento da minha adolescência, eu era extremamente intrigada com o passar do tempo. Começava a subir a escada e de repente ja estava no meu andar. Um piscar de olhos e ja era fim do mês. Pesquisava teorias na internet e escolhi a que mais me agradou (a mais logica). Uma delas dizia que Deus estava apressando as coisas porque os tempos não estavam bons (tá, essa eu nem vi na internet, ouvi foi no salão mesmo).
Alguns momentos são curtos mas ficam gravados na memoria, seja por um motivo sério, seja pelo acaso. Logo antes de viajar pra França, uma veterana, que tinha acabado de chegar, me falou assim: "Vai passar num instante!" Nas vésperas da viagem, morrendo de ansiedade, eu não podia estar menos propicia a acreditar. Quando vi, estava de volta ao Brasil (mal deu tempo de escrever algo por aqui, tão rapido que foi!).
Esse semestre voou de jatinho. Meu ultimo drama não me sensibiliza ha meses, desde que decidi guarda-lo na gaveta. Hoje enfim paguei a multa por não ter votado nas ultimas eleições, porque não conseguia achar tempo livre desde... o ano passado. (Nem dinheiro! 6 reais não é mole não!) De um modo geral, saldo positivo: curti shows de bandas queridas, coisa que não ia ha anos, desenterrei leituras da estante, viajei e cuidei do meu bem-estar corporal. Talvez so tenha faltado um pouco mais de amizade. O problema é que morar minutos a pé de todos os seus amigos e dividir todo o seu mundinho (escola, refeições e tempo livre) com eles durante dois anos te faz criar um novo conceito de amizade que é impraticavel na sua vida normal. As vezes são semanas, meses! para conseguir marcar um encontro, ainda que essas mesmas amigas sempre consigam um tempo livre para ver o namorado semanalmente. Fica aquela solidão que te faz curtir mais você mesma.