quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O fim de dois ciclos

Minha mãe adora falar em ciclos, e em fechar os ciclos, para poder iniciar novos ou simplesmente atingir um estado de harmonia. Nesse final de ano, estou fechando dois grandes ciclos,  cada qual longo do seu jeito e ambos imprescindiveis ao meu atual eu. O coração se divide em alegria, muitamuita alegria, e tristeza, daquelas que eu nunca pensei que fosse sentir, que perfura meu coração em lugares que eu desconhecia até então, e que permanece no plano de fundo diariamente, para me atingir quando eu baixo a guarda.
Eu digo pra todo mundo que nunca pensei que fosse ficar tão imensamente feliz de estar me formando. As pessoas respondem:
- Eu com certeza vou ficar muuuuito feliz quando me formar, eu sei!
Ou:
- Não é nenhuma surpresa, quem não ficaria feliz?
Ou:
- Mas é claro! Você merece!
Embora pareça tão obvio, eu falo sinceramente. Nunca pensei porque nunca pensei que esse dia fosse chegar. Entre fim de semestre impar e fim de semestre par, intercâmbio, bolsa e estagio, o trajeto parece imenso, e quando parece que a formatura ta chegando ainda tem tanta coisa pra resolver, coordenador pra driblar, rifa pra vender...
Então acabou. Estou naquela bifurcação da estrada em que não tem como saber como vai ser daqui pra frente, e, ao mesmo tempo que parece que tudo pode acontecer, essa miríade de opções dão uma vertigem que te deixam quase incapaz de tomar uma atitude.
Nessa história de decidir o que fazer da minha vida, fechei sem querer querendo um outro ciclo, que vinha se arrastando há um ano e meio entre saudade e solidão. Não imaginei que fosse doer como doeu, ao ponto de me arrepender e tentar voltar atrás e ficar revoltada que não tem ensaio nessa vida, porque se eu soubesse que ia ser assim tinha feito diferente. Dele, fica saudade e solidão, multiplicadas por cem. Não tem como o ano que vem ser uma maior incognita.


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