domingo, 7 de julho de 2013

"It's beautiful." "What?" "Life. So Long."

Durante um almoço na cozinha essa semana, o assunto da mesa foi amor e casamento. Os homens (maduros, experientes, na quarentena) expuseram suas opiniões sobre a vida em casal e as meninas (jovens, ingênuas, 22 anos) seus sonhos de amor verdadeiro. Clic. Vou ao cinema assistir Antes da Meia-noite, depois de acompanhar Jesse e Céline desde mesmo antes do meu primeiro beijo. Fico com uma dor de cabeça terrivel durante a hora e meia (eu, a menina natureba que não tem dor de cabeça) e saio com o humor mais baixo do que subsolo (tendo amado o filme). Clic. Peço ajuda por email numa macro do Excel e recebo uma planilha com a solução – e um grande I <3 U em rosa e vermelho.
Aos 15 anos, eu me inventava historias de amor malucas: um cara de moto que se oferecia para me dar carona até o colégio quando eu estava extremamente atrasada, correndo desesperada pelos quarteirões, um rapaz que deixaria um recadinho na minha carteira, com quem eu teria conversas interessantes e inteligentes durante semanas antes de nos encontrarmos ao vivo. Na vez em que um estudante de filosofia me parou pra entregar um poema sobre mim que ele tinha escrito enquanto eu tirava umas xerox, sendo que nos tinhamos pegado o mesmo ônibus, eu fiquei tão apavorada imaginando ele me seguindo que nem dei meu telefone. A vida é melhor que a imaginação, porque ela é como a nossa moeda: real. (Eu sou funny!!!!) Mas esse adjetivo traz com ele todo o pacote de realidade. E com esse pacote não tem devolução: é pegar ou largar, o que torna tudo mais excitante e dificil. Milan Kundera ja falou... "Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida?"
No fim de semana passado eu visitei uma usina nuclear (de fora), e nunca estive tão proxima de uma arma de destruição em massa. Dentro do carro, ouvindo a explicação dos três circuitos existentes numa usina nuclear e vendo o vapor danado que não parava de ser liberado na atmosfera, fiquei pensando que se por acaso houvesse um acidente eu estaria numa zona de extremo perigo e ai a musica dos Smiths tocou na minha cabeça. Mas meu interesse em destruir o meu pacote é menor do que zero, eu quero abri-lo e descobrir cada um dos itens que a vida separou pra mim, encontrando o que eu encomendei e me surpreendendo de achar algumas lacunas ou surpresas.

2 comentários:

ADIVINHAQUEMÉ disse...

soando como um familiar que lê seu status no fb e diz "você escreve tão bem, janaína": você escreve tão bem, janaína!!!! à espera de seu próprio anna e o beijo francês ser escrito, editado, pulicado e ir pros mais vendidos da capricho. (eu não sei se a capricho tem uma lista de livros mais vendidos, MAS SERIA LEGAL SE TIVESSE, NÉ? eu ligaria consideravelmente pra ela, muito mais do que pra qualquer top sem graça)

eu ia começar a falar de como foi ver antes do meia-noite - fui com mamãe (que acha os dois primeiros filmes um saco, mas amou esse) e júlia (que tinha visto os anteriores bem pouco antes do terceiro, fico me perguntando se pra ela foi mais ou menos brutal pra mim - eu tive tempo pra sonhar com jesse e celine, mas pra ela foi: um dia era muito romântico, na outra semana era um desastre), MAS estou ultra atrasada e enquanto digito isso, estou enfiando minha calça jeans. BJKS PIPOKAS!!!!!!

Anna Vitória disse...

Jana, que saudade de te ler e que bom saber que você voltou a postar! Quase caí da cadeira quando vi aquele seu comentário lindo, sofrido e sincero no meu blog <3

E assim, ler isso me doeu de novo, porque fico imaginando todos esses sentimentos que não sei lidar nem na ficção e ler sobre eles na vida real, mesmo que não seja comigo, é igualmente difícil.

Espero que você fique bem e feliz, e tenha a chance de desfrutar de tudo de lindo que tiver dentro do teu pacote.
beijo!