A única enciclopédia que nós já tivemos aqui em casa é uma da Folha, com dois volumes e uma linguagem pra lá de rebuscada. Na 3ª série, era nela que eu fazia as pesquisas, e eu a odiava com todas as minhas forças, porque não conseguia entender bulhufas, e isso significava que eu não podia simplesmente copiar a coisa toda pro meu caderno. Eu teria que... ler... e escrever o que eu entendi. E foi aí que eu defini minha missão no mundo: simplificar as coisas.
Fui criando um nojinho por palavras difíceis e pessoas que usam elas, e desde então o meu vocabulário cresceu minimamente - o que é bem ruim na hora de aprender novas línguas.
Mas não deixei a decisão só pra linguagem e, num acesso de altruísmo, dei de generalizar! Comecei a achar desenhos realistas uma grande bobagem indigna de admiração e a apreciar coisas simples mas que davam um sorriso ao rosto.
E aqui entra a Física e uma dos meus infinitos paradoxos: como é que eu vou dar minha contribuição ao mundo compreendendo a matéria-escura e tendo várias fórmulas na cabeça? Um bando de coisas supostamente interessantes que só fica na teoria e no impalpável. “Um grande passo pra humanidade” uma ova, já que ela vai continuar pisando na lama inumanamente!
Só que eu amo Física. Amo Matemática, AMO CÁLCULOS! E a Teoria da Relatividade me deixou de queixo caído, e eu. Queria. Saber. Mais. Queria saber tudo! Não só o do dia-a-dia, eu queria... me contradizer.
Enfim. Tenho pensado em Engenharia Elétrica.
2 comentários:
Antes de tudo, não concordo que a física esteja "pisando na lama", claro que ainda existem muitas coisas que são puramente teorias, mas isso faz parte de toda e qualquer ciência. Os conceitos físicos são utilizados em tudo que nos cerca. Se o problema é a contribuição, é simples pensar que ainda existem tantas coisas não descobertas (Eistein e a teoria da relatividade? Revolução!). A questão está até onde c pretende ir. Se for pra fazer uma faculdade brasileira e depois dar aula em cursinhos/colégios, realmente não teria a mínima graça. Mas se for para ir além, "se contradizer", acredito que vale muito a pena sim!
Mas também, a questão é se c é apaixonado pela física ou por cálculos. Se for a segunda opção, existem inúmeras outras opções, como a própria engenharia.
Em 14 de agosto Denys escreveu: "Se for pra fazer uma faculdade brasileira e depois dar aula em cursinhos/colégios, realmente não teria a mínima graça."
É triste como as pessoas nesse país desvalorizam a profissão do professor. É bem provável que tenha sido essa figura, o professor do ensino médio, quem despertou no estudante o interesse pela física. Sou professora, amo o que faço e amo física. Fiz um excelente curso no IFF - Niterói (universidade Federal Fluminense) e posso "ir além" por vários caminhos, desde que eu me dedique e cresça fazendo aquilo que gosto de fazer. Além de ser prazerosa, a tarefa de lecionar é linda, é maravilhoso ver alguém descobrindo, aprendendo junto com você, o que é bem diferente de vc se colocar na frente da turma como um sabe tudo.
Isso de "não ter graça" é bem relativo, depende do que cada um gosta.
Eu também adoro cálculos, e também gosto de ler e escrever, principalmente de ler sobre as teorias físicas. Não acho graça em coisas que outras pessoas gostam, como advogar por exemplo, mas não preciso diminuir o valor do seu trabalho por isso.
Seja o que vc for, física ou engenheira, faça o que vc gosta de fazer, pq quando se faz o que se gosta existem muito mais possibilidades de ir além.
É isso aí^^
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