Sábado acompanhei mamãe, após um programa meu, a um programa dela, na realidade o programa da família de uma amiga dela que gentilmente a convidou.
O programa era uma reunião de parentes distantes, parecia mais um grande sarau e me divertiu de um jeito muito especial. Todos os familiares eram artistas, assim ou assado, cantavam, tocavam, faziam poesia. E cada um tinha alguma coisa sua para mostrar nesse encontro altamente carinhoso.
Quando eu cheguei, havia duas moças e dois rapazes no palco, cantando músicas dos Beatles sem nenhum instrumento, só com o balançar das cordas vocais, e mesmo assim a melodia era tão incrivelmente completa e encantadora, não consegui parar de sorrir. E quando um genro tocou trompete para substituir os vocais de
Imagine, acompanhado de violão, cavaquinho e percussão? Um dos patriarcas não pode evitar falar, entre um sorriso e sorriso, como isso o ajudou a ser bem aceito na família. Ou quando as crianças foram cantar
Bebete Vãobora e foi uma coisa tão pauleira que rolaram altas dúvidas sobre a capacidade da pobre filmadora de aguentar aquilo?
O bom humor e a arte me contagiaram de tal modo que terminei de pensar o roteiro da
peça para o Natal desse ano e já bolei três títulos provisórios. Só que os três ficaram tão legais que pelo que eu tô vendo vão se aguentar até o final. O primeiro em que pensei foi
O coveiro, a doceira, o menino e o rato, porque eu amo fórmulas feitas e amo histórias óbvias, com suspenses óbvios e narrações intencionalmente tensas, quando se faz direito, claro. Depois tive a ideia de
Como a cesariana se aplica a crianças, dar um pouco de mistério e poucos dados da história. Por fim,
O engolidor de espadas, que é mais épico. Mamãe ouviu os três títulos e disse que não conseguia de jeito nenhum imaginar a história. Achei isso o máximo.