Desde sempre eu admiro a amizade entre garotos, todos aqueles cumprimentos engraçados de bater a mão (que eu me esforço pra fazer por achar o máximo mas que nunca saem naturais), as gírias para se referir um ao outro sem dar importância a nomes, o eterno clima à vontade.
Nunca consegui entender o motivo, e agora, numa turma com apenas 3 garotas, estou é desaprendendo a fazer amizades femininas. Me sinto falsa e mascarada quando tento dar um oi legal. Ou então fica a eterna ansiedade e o eterno nervosismo, de pensar em coisas pra falar e dar risadinhas.
Quando foi anteontem, escovando os dentes na faculdade, tive o meu estalo: a diferença entre meninos e meninas, além da pélvis e da idade mental, é a ida ao banheiro. Aham.
Cada garota tem seu box, aonde faz sua higiene às escuras e depois vai lavar as mãos falando aos cotovelos.
Cada garoto, porém, tem seu mictório, que fica numa fileira de mictórios, e ele é obrigado a dividir um momento que poderia ter sido íntimo se ele não fosse obrigado a dividi-lo com uma fileira de mictórios. E enquanto ele tá lá, sempre rola uma conversinha sobre isso ou sobre aquilo, porque é óbvio que ele não vai ficar só encarando a parede, ô coisa triste.
– Ah, mas eu converso de dentro do box com os meus amigos, ué. Meninas podem fazer isso.
– Quê? Você faz xixi no sanitário? Cadê a felicidade masculina de fazer xixi em público e ao ar livre?
– Os mictórios sempre tão lotados.
– Isso aí, eu também sempre vou pro box.
Fazer xixi em pé e num muro deve ser bom, libertador e certamente incentivador da extroversão, então quem liga se meus amigos tentaram invalidar a minha teoria.
sábado, 29 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Três desejos
Ainda curso Engenharia Elétrica, as Artes Visuais (que nunca foram plásticas) tão indo nas segundas, e sextas à noite tenho encontro marcado com o teatro.
As exatas vão no desestímulo de sempre, na preguiça das provas, nos professores ruins e faltosos. Mas no geral estou indo bem no curso, ou pelo menos bem o suficiente para poder relaxar e não tratar tudo com uma grande obrigação mal-vinda. Virou rotina e até parece que estou no colégio de novo.
As artes estão lindas, lindas. Fiz roteiros de HQs para desenhar e pôr aqui sobre essa nova faculdade, mas as últimas semanas têm sido tão fatigantes e é tanta coisa pra fazer e para me divertir que nem tenho tempo de dar aquela relaxada que eu dou antes de partir pra poesia. Infelizmente, por problemas de laboratórios e das minhas 20 horas semanais como bolsista, só tô tendo tempo para um único dia de aula. Escolhi segunda-feira, Desenho de Observação.
A professora coloca coisas na mesa e nos pomos a desenhar. Não são lá as coisas mais interessantes do mundo, mas tem toda uma trilha sonora e um limite de tempo que transformam o processo em brincadeira. Primeiro ela pede um desenho em 20 minutos, depois em 2, aí em 1! Nem sempre dá tempo de terminar, e o jeito é deixar lá, inacabado. A melhor parte é quando ela para a música, como quem diz: ESTÁTUA! Um garoto comentou que eu faria a maior festa no programa da Xuxa.
O teatro é outra diversão completa. Fui a um total de quatro aulas de duas horas cada até agora. Fizemos umas dinâmicas de voz, de corpo, de movimento, uma brincadeira de telefone sem fio com atuação em vez de frases, tudo muito genial e novo para mim. Me encantei!
Hoje a professora deu uma ideia e pediu que cada um criasse uma cena própria, para depois apresentarmos ao grupo, discutirmos e aprimorarmos. A ideia-base foi a mesma para todos: o ganhar de um presente. Eu pensei numa garota que estava à espera de um grande pacote pelo correio. Ela ficava à janela esperando um tempão o caminhão, depois saía nas carreiras, aguardava impaciente o carteiro, levava o pacote para casa aos pulos, punha no chão e depois ficava só encarando. Sem abrir. Foi muito divertido, eu fiquei toda nervosinha, e depois, na hora de trabalhar a cena, pensamos em tantas coisas para deixar os acontecimentos cada vez mais claros que, quando eu olhava a placa SEDEX chegando rapidinho na minha casa, comentaram:
– Caramba, deu para ver o caminhão daqui!
– Sim, eu tô sentindo até a fumaça!
Foi incrível! E a tarefa de casa é trabalhar e lapidar a cena ainda mais, só uma meia horinha, e voltar com algo fresquinho na aula que vem.
Só que para mim não vai ter aula que vem. A engenharia exige dedicação integral de mim, e minhas sextas de setembro acabaram sendo alugadas. Dava para dar um jeitinho brasileiro, mas eu já defini minhas prioridades e, infelizmente, sei que é a decisão certa a tomar. Em outubro estou de volta, até lá fico só no gostinho.
As exatas vão no desestímulo de sempre, na preguiça das provas, nos professores ruins e faltosos. Mas no geral estou indo bem no curso, ou pelo menos bem o suficiente para poder relaxar e não tratar tudo com uma grande obrigação mal-vinda. Virou rotina e até parece que estou no colégio de novo.
As artes estão lindas, lindas. Fiz roteiros de HQs para desenhar e pôr aqui sobre essa nova faculdade, mas as últimas semanas têm sido tão fatigantes e é tanta coisa pra fazer e para me divertir que nem tenho tempo de dar aquela relaxada que eu dou antes de partir pra poesia. Infelizmente, por problemas de laboratórios e das minhas 20 horas semanais como bolsista, só tô tendo tempo para um único dia de aula. Escolhi segunda-feira, Desenho de Observação.

O teatro é outra diversão completa. Fui a um total de quatro aulas de duas horas cada até agora. Fizemos umas dinâmicas de voz, de corpo, de movimento, uma brincadeira de telefone sem fio com atuação em vez de frases, tudo muito genial e novo para mim. Me encantei!
Hoje a professora deu uma ideia e pediu que cada um criasse uma cena própria, para depois apresentarmos ao grupo, discutirmos e aprimorarmos. A ideia-base foi a mesma para todos: o ganhar de um presente. Eu pensei numa garota que estava à espera de um grande pacote pelo correio. Ela ficava à janela esperando um tempão o caminhão, depois saía nas carreiras, aguardava impaciente o carteiro, levava o pacote para casa aos pulos, punha no chão e depois ficava só encarando. Sem abrir. Foi muito divertido, eu fiquei toda nervosinha, e depois, na hora de trabalhar a cena, pensamos em tantas coisas para deixar os acontecimentos cada vez mais claros que, quando eu olhava a placa SEDEX chegando rapidinho na minha casa, comentaram:
– Caramba, deu para ver o caminhão daqui!
– Sim, eu tô sentindo até a fumaça!
Foi incrível! E a tarefa de casa é trabalhar e lapidar a cena ainda mais, só uma meia horinha, e voltar com algo fresquinho na aula que vem.
Só que para mim não vai ter aula que vem. A engenharia exige dedicação integral de mim, e minhas sextas de setembro acabaram sendo alugadas. Dava para dar um jeitinho brasileiro, mas eu já defini minhas prioridades e, infelizmente, sei que é a decisão certa a tomar. Em outubro estou de volta, até lá fico só no gostinho.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Coisas que eu faço na faculdade

Eu sei que por algum motivo eu tava com essa expressão, tico tico no fubá, na cabeça, e queria porque queria inventar uma música com ela. Não sabia o que significava, descobri, esqueci, e depois saiu essa musiquinha totalmente espontânea e coesa! Na aula de Química nasceu Almoço, um rockzinho cheio de estrofes sobre o dia de hoje, cheio de aventuras, como a perda da minha carteirinha a caminho do almoço, um grande desespero, pessoas engraçadas, muitas fofocas e, por fim, um encontro inesperado com uma moça que por acaso tinha sido indagada se conhecia uma Janaína que tinha perdido a carteirinha de estudante. Bingo!
sábado, 22 de agosto de 2009
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Rosa e as gatas
O meu problema com a relação entre Rosa e as gatas é ciúmes pros dois lados.
Só eu posso amar as gatas de um jeito verdadeiro e doce, e, para me convencer de que só eu de fato amo as gatas de um jeito verdadeiro e doce, passo o tempo todo tentando ver malícia nas interações de Rosa com as bebês. E toda vez que eu a vejo dar risos sinceros, passo o resto do dia de mau humor.
Por que é que ela nunca disse palavras doces pra mim? Nem me abraçou. Quando voltei de Salvador e por acaso me peguei dando o maior abraço nela fiquei super chocada com a espontaneidade que o momento teve. Nem sei se já tínhamos nos abraçado antes.
E ainda me lembro do dia em que, aos 8 aninhos, voltei para casa apoiada nas amigas do prédio chorando horrores e dizendo que um menino tinha me enforcado. Rosa abriu a porta, nos olhou com a maior raiva contida por provavelmente termos interrompido a novela dela e disse Ora, dê o troco! para depois fechar a porta.
Engraçado que ano passado, num desses almoços no self-service mais próximo do colégio, uma amiga me repreendeu por só falar coisas ruins de Rosa, e contou que na vez em que telefonou aqui pra casa e não fui eu quem atendeu, Rosa foi um amor com ela. Claro que ela é muito mais do que as amarguras que eu conto, mas é o ressentimento que mais marca nossa relação.
Só eu posso amar as gatas de um jeito verdadeiro e doce, e, para me convencer de que só eu de fato amo as gatas de um jeito verdadeiro e doce, passo o tempo todo tentando ver malícia nas interações de Rosa com as bebês. E toda vez que eu a vejo dar risos sinceros, passo o resto do dia de mau humor.
Por que é que ela nunca disse palavras doces pra mim? Nem me abraçou. Quando voltei de Salvador e por acaso me peguei dando o maior abraço nela fiquei super chocada com a espontaneidade que o momento teve. Nem sei se já tínhamos nos abraçado antes.
E ainda me lembro do dia em que, aos 8 aninhos, voltei para casa apoiada nas amigas do prédio chorando horrores e dizendo que um menino tinha me enforcado. Rosa abriu a porta, nos olhou com a maior raiva contida por provavelmente termos interrompido a novela dela e disse Ora, dê o troco! para depois fechar a porta.
Engraçado que ano passado, num desses almoços no self-service mais próximo do colégio, uma amiga me repreendeu por só falar coisas ruins de Rosa, e contou que na vez em que telefonou aqui pra casa e não fui eu quem atendeu, Rosa foi um amor com ela. Claro que ela é muito mais do que as amarguras que eu conto, mas é o ressentimento que mais marca nossa relação.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Uma boa noite para todos

segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Engenharia Visual

Acordo cedinho para ir prum lado da cidade, saio antes da aula terminar para pegar um desses ônibus que só passam de meia em meia hora, chego atrasada aonde quer que eu esteja indo, mato mais de meia hora da aula jogando conversa fora. Nem exercitar e descansar (sim, ao mesmo tempo!) meus neurônios com cartas eu posso mais, já que foi proibido no campus. (Graças ao pessoal do pôquer e seus gritos de ganhos e de perdas que atravessavam paredes e janelas.)
Apesar de ser exatamente tudo o que eu queria, semana passada foi um tempo de adaptação e de dúvida, de cogitar desistir de uma metade minha, coisa louca de quem acha que devia querer morar embaixo da ponte. Só que eu não estou estudando pra ser engenheira apenas para ter confiança no futuro, tem toda uma razão que eu já estou desgastada de contar. E também tem o fato de eu achar a arte fútil. Eu gosto de ler, gosto de desenhar, gosto de apreciar imagens e momentos, sinto que tudo isso faz minha alma ficar mais ampla e bonita, mas o que isso faz com a realidade da minha cidade?
Ao mesmo tempo eu me sinto pra trás em relação a todas aquelas pessoas que estão estudando arte, que não precisam de máquina fotográfica pra registrar um momento, que pincelam, que grafitam, que superam o estado de amador, sem deixar de amar a arte. E me sinto mal, por querer tanto, ser tão ambiciosa em vez de aceitar que eu já estou pra lá de bem em um bando de sentidos.
Estou muito confusa, mamãe viaja e eu mal paro em casa. É bom porque não tenho tempo para me entediar, mas também fico ocupada demais para me inspirar e fazer arte.
domingo, 9 de agosto de 2009
Já contei essa tantas vezes
Estava lá no ônibus voltando de algum lugar qualquer, sentada confortavelmente numa cadeira com a bolsa no colo. A lotação tinia, e, quando uma moça apareceu ao lado com várias sacolas, prontamente me ofereci para segurá-las.
– Quer que eu fique com isso?
– Ah, sim, por favor!
– Não, que é isso.
Quando me virei pra moça para dar um sorriso adorável, ela estava olhando para algum lugar no fim do ônibus através da maré de pessoas, até de repente gritar:
– Fulana, me dá aí as tuas coisas que a menina aqui vai segurar!
Ops.
– Quer que eu fique com isso?
– Ah, sim, por favor!
– Não, que é isso.
Quando me virei pra moça para dar um sorriso adorável, ela estava olhando para algum lugar no fim do ônibus através da maré de pessoas, até de repente gritar:
– Fulana, me dá aí as tuas coisas que a menina aqui vai segurar!
Ops.
Semana sintônica
Essa semana eu revi totalmente por acaso:
1) Melhor amiguinha da alfabetização que não via desde então.
2) Garoto que estudou comigo até a oitava série e não via desde então.
3) Dupla de irmãos que morou no mesmo condomínio que eu até os 10 anos e não via desde que me mudei.
4) Professor de Português que não via desde que ele saiu do colégio, no Ensino Fundamental.
1) Melhor amiguinha da alfabetização que não via desde então.
2) Garoto que estudou comigo até a oitava série e não via desde então.
3) Dupla de irmãos que morou no mesmo condomínio que eu até os 10 anos e não via desde que me mudei.
4) Professor de Português que não via desde que ele saiu do colégio, no Ensino Fundamental.
domingo, 2 de agosto de 2009
Se não for devagar que ao menos seja eterno assim

Fui ao show mais incrível que eu poderia jamais esperar. Foi incrível, sei lá, incrível. Pulei tanto, dancei tanto, nem sabia que eu era capaz de tanta animação, de tanta extroversão pública! Mas lá tudo o que importava era a música genial e eu que não conseguia parar de me mover, de me encantar, nem conseguia me tocar de que uma hora aquilo ia acabar e que existe uma realidade me esperando depois daquela fantasia. Mas eles tocaram Adeus, acabou, e só restou a lembrança e umas canelas extremamente doloridas dos pulos que eu não conseguia parar de dar mesmo que quase não conseguisse dá-los.
Isso foi dia 31, mas dia 31 também foi especial por outros motivos, aniversário de Harry Potter e de uma fulaninha companheira muy adorável! Não tinha como esquecer, inclusive porque meu segundo contato com Móveis Coloniais de Acaju, a incrível (só conheço esse adjetivo!) banda do incrível (e continuo insistindo nele!) show, foi através dela. E é engraçado que, quando primeiro conheci o blog dela, não dei muita atenção, mas de repente estava fazendo uns comentários tão gigantescos e espontâneos que, ei!, tem algo especial aqui! Agora é umas das minhas leituras favoritas.
Juntei essas duas imensas alegrias e fiz um desenho tentando sintetizar (e não conseguindo, naturalmente) o meu imenso prazer com uma amizade e com algumas horas bastante especiais e envolventes. Sempre quis fazer esses desenhos malucos de multidão e, tchans, olha aí um desenho que veio todo natural! Identifiquem aí eu, minha amiga amor que me acompanhou, dona Luisa e até, OH!, o Wally. Sem contar com alguns integrantes do grupo (não fiz o baterista que faz aniversário no mesmo dia que eu!!!), destaque para André Gonzales todo dançante! Eu mesma não me acreditava capaz de dançar tanto, mas, ai meu deus, agora não tenho conseguido parar de ouvir os CDs e relembrar todos os momentos lindos e como o vocalista é lindo e como agora tenho uma foto linda com ele, etc, etc, AAAHHH! Eu sei, eu tenho o hábito de exagerar todas as minhas impressões, mas, MEU DEUS, que show foi esse!!!
Assinar:
Postagens (Atom)