sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Rosa e as gatas

O meu problema com a relação entre Rosa e as gatas é ciúmes pros dois lados.
Só eu posso amar as gatas de um jeito verdadeiro e doce, e, para me convencer de que só eu de fato amo as gatas de um jeito verdadeiro e doce, passo o tempo todo tentando ver malícia nas interações de Rosa com as bebês. E toda vez que eu a vejo dar risos sinceros, passo o resto do dia de mau humor.
Por que é que ela nunca disse palavras doces pra mim? Nem me abraçou. Quando voltei de Salvador e por acaso me peguei dando o maior abraço nela fiquei super chocada com a espontaneidade que o momento teve. Nem sei se já tínhamos nos abraçado antes.
E ainda me lembro do dia em que, aos 8 aninhos, voltei para casa apoiada nas amigas do prédio chorando horrores e dizendo que um menino tinha me enforcado. Rosa abriu a porta, nos olhou com a maior raiva contida por provavelmente termos interrompido a novela dela e disse Ora, dê o troco! para depois fechar a porta.
Engraçado que ano passado, num desses almoços no self-service mais próximo do colégio, uma amiga me repreendeu por só falar coisas ruins de Rosa, e contou que na vez em que telefonou aqui pra casa e não fui eu quem atendeu, Rosa foi um amor com ela. Claro que ela é muito mais do que as amarguras que eu conto, mas é o ressentimento que mais marca nossa relação.

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