sábado, 5 de abril de 2008

Alegoria

Uma das coisas que diverte em Literatura é encontrar, de pouquinho a pouquinho, em mim e em meus textos todas aquelas características que atribuo a Patativa ou Machado.
Se minha vida fosse um livro, eu seria uma crônica pós-modernista com jogos dicotômicos, toques de narração e pouquíssima descrição. Haveria citações a cada começo de capítulo e intertextos e intercontextos seriam a coisa mais comum do mundo, tipo indecisão com vestibular. Mas eu também seria uma novela antropocentrista com muita prosopopéia (olha aí a dicotomia!) e esbanjaria metáforas e catacreses. E de vez em quando o clímax pareceria ser de conto, de tamanho subjetivismo que Byron estaria é por fora, afinal, quem é que não preferiria olhar para um homem de bicicleta se aproximando achando que era um assalto só para descobrir um tiquinho mais tarde que ele só queria dar bom dia a se suicidar?

3 comentários:

Anônimo disse...

Ai, me lembrou do meu assalto. O cara veio de bicicleta... Se ele desse bom dia e se suicidasse eu acharia melhor. Sério.

(bom que eu deixo pra comentar o mais inútil do post, né.)
Lindo o que tu escreveu, e eu não gosto do Machado de Assis hehe

Irena Freitas disse...

HAHAHAHA, diz aí que tu andaste estudando!
Sabe que eu sempre te achei com mais cara de conto? Não sei porque! Acho que se eu fosse passar minha vida pro papel eu seria uma dessas poesias neo-modernistas que não fazem sentido nenhum, mas mesmo assim as pessoas continuam dizendo que são muito profundas e complexas quando na verdade só são um monte de palavras aleatórias que ficam bem juntas.

Anônimo disse...

Sobre o que você falou de ser boa em exatas e por isso decidir fazer algo nessa área, discordo contigo. Eu também sou boa nessa área e o que vou fazer? Jornalismo! Não adianta a gente fazer o que tem facilidade se aquilo não nos traz prazer e desafios que podem ser transpostos com dedicação. Se eu fosse tu, pensaria mais nisso.

E, bem, ainda não sei se quero ser jornalista de TV. Essa decisão ainda tem bastante tempo para ser tomada. Mas eu prefiro mil vezes não aparecer, prefiro o jornal impresso mesmo. Só que muita coisa ainda pode acontecer...

Agora sobre o post: acho que sua vida fosse um livro, seria bem engraçado, viu! Quer dizer, se ele fosse escrito por você. Porque tu tens um jeitinho cômico de escrever que é suuper agradável. E seria um jeito de retratar a adolescência sem descer ao ridículo de coisas tipo O Diário de Débora (Liliane Prata que me perdoe, mas eu a adoro só quando ela escreve reportagens! haha)
beeijo