segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sobre amores e dissabores

Até os meus oito anos, minha relação com o meu pai era ok. Então, um dia, como se eu simplesmente o tratasse como um brinquedo, eu enjoei dele. As brincadeiras não tinham mais graça e nem sentia mais vontade de pedir-lhe que comprasse todas aquelas coisas que eu achava que queria.
Ele vinha para os meus aniversários, mas nada parecia natural. E mesmo levá-lo ao meu colégio para comemorarmos com meus amiguinhos tornou-se... constrangedor, uma grande droga.
É claro que eu não compreendia na época, mas quando eu realmente amo alguém esse alguém é para mim a pessoa mais bonita do mundo, dividindo o posto com todos os outros alguéns que eu amo. Eu consigo perfeitamente compreender que essa pessoa não é o padrão-de-beleza-mundial, só que eu apenas... Amor, sabe.
Então.
Meu pai era exatamente o oposto disso tudo.
Feio.
Mas o que eu realmente não queria que notassem não era sua testa nem era seu bigode, e sim aquela imensa placa em neon que brilhava em cima de nós dois e dizia:
- Ei, olhem todos para cá, esse é o meu pai que eu não amo!

6 comentários:

Anônimo disse...

uhuuuu! o// eu sempre encontro alguma janaina em fortaleza por aquii.. ¬¬ aiuauieoiaueoiau, nao dá pra ser exclusiva né?

mas esse seu texto: háááá, tu não gosta mesmo do teu pai? ;D

Irena Freitas disse...

É tão triste quando a gente pela primeira vez que a gente já não consegue mais amar uma pessoa que deveria ser importante.
É o tempo. É sempre ele.

P.S.: eu também acho que nós precisamos de umas férias. Uma bem grande e gorda, e não aquelas que a gente só fica três semanas em casa sentido pena de nós mesmas. A gente merecia uma daquelas férias que SEMPRE aparecem em filmes adolescentes americanos (apesar de elas serem meio bobas, mas HEY!).

Anônimo disse...

Eu nunca "andei" com meu pai, mas passei por situação parecida.
Só que quando eu cansei dele eu já era mais velha, tinha uns treze anos..
Nós, filhas de pais separados, somos muito complicadas, né? haha
beeijo

Irlan disse...

Na verdade no fundo lá no fundinho, todos pais são iguais; apenas mudam a forma fisica, uns são masis gordinhos outros magricelas, carecas e barbudos como o meu ¬¬"
a momentos pra tudo, para amores e dissabores como vc disse no titulo "/


beijos ;*

Anônimo disse...

às vezes eu me pergunto se realmente amo meu pai; minha mãe, apesar de me irritar com tudo, eu sei que nunca conseguiria fazer nada sem ela. Já meu pai... desde que nasci, ele nunca esteve muito presente, porque trabalha em outro estado, e só fica em casa dez dias. Normalmente, minha vida vira num inferno nestes dez dias. Ao mesmo tempo que eu acho que não me faz diferença nenhuma, me sintindo até "suja" por isso, e talvez isso me force a preservar ao menos um carinho intenso por ele, mas eu não sei...
;**

Gaba disse...

postei no flickr e no devinatart TODAS as capas dos meus cadernos!
e seu blog tá nos meus feeds, hihihi!